domingo, 19 de fevereiro de 2012

Dez anos de Filosofia no vestibular UEL

SÍNTESE DE DEZ ANOS DE FILOSOFIA NO VESTIBULAR UEL
2003 – 20 questões
1ª Pré-socráticos – Tales de Mileto – passagem do mito à razão.
2ª Mito e filosofia.
3ª Mito e conhecimento.
4ª Democracia grega.
5ª Aristóteles – política.
6ª Hobbes – política – contratualismo.
7ª Locke – política – liberdade.
8ª O poder do Estado – música do Titãs.
9ª Platão – a concepção de sociedade justa.
10ª Aristóteles (2) – ética – virtude.
11ª Rousseau – a liberdade humana.
12ª Kant – o imperativo categórico.
13ª Características da ciência moderna.
14ª Platão (2) – o mundo das idéias.
15ª Descartes – teoria do conhecimento.
16ª Hume – teoria do conhecimento.
17ª Popper – filosofia da ciência.
18ª Platão (3) – estética – a arte.
19ª Esc. de Frankfurt – a relação arte (cinema) e política.
20ª Esc. de Frankfurt (2) – Adorno e Horkheimer – a indústria cultural.

2004 – 20 questões
1ª Pré-socráticos (2) – os físicos da Jônia.
2ª Passagem do mito à razão (2).
3ª Aristóteles (3) – política – origem natural.
4ª Aristóteles (4) – política – a democracia.
5ª Maquiavel – o poder político.
6ª Rousseau (2) – política – Estado e soberania.
7ª Spinoza – liberdade.
8ª Kant (2) – ética – autonomia da vontade.
9ª Kant (3) – ética – a questão do dever.
10ª Ética – virtude - Tugendhat.
11ª Francis Bacon – Filosofia da ciência.
12ª Galileu Galilei – Filosofia da ciência – o método científico.
13ª Descartes (2) – teoria do conhecimento – os sentidos.
14ª Hume (2) – teoria do conhecimento – causalidade.
15ª Popper (2) – epistemologia – relação com o positivismo.
16ª Filosofia da ciência – o discurso científico.
17ª Esc. de Frankfurt (3) – Adorno e Horkheimer (2) – razão instrumental.
18ª Esc. de Frankfurt (4) – Adorno e Horkheimer (3) – ciência, técnica e sociedade.
19ª Estética – arte e política.
20ª Escola de Frankfurt (5) – Benjamin – a reprodutibilidade técnica.

2005 – 20 questões
1ª Passagem do mito à razão (3).
2ª Platão (4) – política – justiça.
3ª Aristóteles (5) – ética – felicidade.
4ª Rousseau (3) – política – liberdade moral.
5ª Kant (4) – ética – o conceito de dever.
6ª Kant (5) – ética – liberdade.
7ª Maquiavel (2) – política.
8ª Hobbes (2) – política – o contrato político.
9ª Locke (2) – política – o contrato social.
10ª Rousseau (4) – política – origem da sociedade civil.
11ª Esc. de Frankfurt (6) – Habermas – política – Estados Democráticos de Direito.
12ª Francis Bacon (2) – teoria do conhecimento – crítica a Aristóteles.
13ª A relação entre filosofia e ciência.
14ª Galileu Galilei (2) – filosofia da ciência.
15ª Descartes (3) – teoria do conhecimento.
16ª Popper (3) – ciência e método científico.
17ª Esc. de Frankfurt (7) – Horkheimer – razão instrumental.
18ª Aristóteles (6) – estética.
19ª Esc. de Frankfurt (8) – Adorno e Horkheimer (4) – indústria cultural.
20ª Esc. de Frankfurt (9) – Adorno e Horkheimer (5) – indústria cultural.

2006 – 20 questões
1ª Os poemas homéricos e o nascimento da filosofia.
2ª Aristóteles (7) – política – cidadania.
3ª Hobbes (3) – política – estado de natureza.
4ª Locke (3) – política – estado de natureza.
5ª Locke (4) – política – contrato social.
6ª Kant (6) – política – direito natural.
7ª Kant (7) – política – concepção de justiça.
8ª Habermas (2) – política – legitimidade do Estado.
9ª Rousseau (5) – Política – legitimidade do poder.
10ª Aristóteles (8) – ética – concepção de justiça.
11ª Esc. de Frankfurt (10) – Habermas (3) – ética.
12ª Esc. de Frankfurt (11) – Habermas (4) – ciência e técnica.
13ª Francis Bacon (3) – filosofia da ciência.
14ª Hume (3) – epistemologia – empirismo.
15ª Platão (5) – teoria do conhecimento – concepção de verdade.
16ª Aristóteles (9) – ética – teleologia.
17ª Platão (6) – teoria do conhecimento – mímesis.
18ª Esc. de Frankfurt (12) – Benjamin (2) – estética – reprodutibilidade técnica.
19ª Esc. de Frankfurt (13) – Adorno e Horkheimer (6) – razão instrumental.
20ª Galileu Galilei (3) – concepção de ciência.

2007 – 20 questões
1ª Platão (7) – teoria do conhecimento - mímesis.
2ª Descartes (4) – teoria do conhecimento – a dúvida cartesiana.
3ª Hobbes (4) – política – contratualismo.
4ª Esc. de Frankfurt (14) – Habermas (5) – ética do discurso.
5ª Francis Bacon (4) – epistemologia – os quatro ídolos.
6ª Kant (8) – ética – a falsa promessa.
7ª Aristóteles (10) – ética – teleologia – virtude (excelência).
8ª Mito e filosofia (4).
9ª Descartes (5) – teoria do conhecimento.
10ª Aristóteles (11) – teoria do conhecimento – livro Metafísica.
11ª Hume (4) – teoria do conhecimento.
12ª Pré-socráticos (3) – Tales de Mileto (2) – passagem do mito à razão.
13ª Kant (9) – epistemologia – juízos analíticos e sintéticos.
14ª Esc. de Frankfurt (15) – Benjamin (3) – estética – aura e reprodutibilidade.
15ª Popper (4) – filosofia da ciência – métodos indutivos.
16ª Maquiavel (3) – política – qualidades do príncipe.
17ª Aristóteles (12) – ética – virtudes – justiça.
18ª Rousseau (6) – política – contratualismo.
19ª Aristóteles (13) – ética – virtudes.
20ª Spinoza (2) – ética – virtudes.

2008 – 20 questões
1ª Platão (8) – estética – educação musical.
2ª Aristóteles (14) – ética – amizade.
3ª Galileu Galilei (4) – epistemologia – método científico.
4ª Hobbes (5) – política – estado de natureza e estado civil.
5ª Descartes (6) – teoria do conhecimento – verdade: clareza e distinção.
6ª Hume (5) – epistemologia – o hábito, costume.
7ª Rousseau (7) – política – contrato social.
8ª Kant (10) – epistemologia.
9ª Popper (5) – filosofia da ciência – demarcação (falseabilidade).
10ª Esc. de Frankfurt (16) – Adorno e Horkheimer (7) – razão instrumental.
11ª Esc. de Frankfurt (17) – Habermas (6) – ética do discurso.
12ª Platão (9) e Aristóteles (15) – estética – o papel dos poetas.
13ª Aristóteles (16) – teoria do conhecimento – as quatro causas.
14ª Descartes (7) – teoria do conhecimento – proposições verdadeiras e certas.
15ª Hume (6) – epistemologia – crença e imaginação.
16ª Popper (6) – filosofia da ciência – o problema da indução.
17ª Aristóteles (17) – teoria do conhecimento.
18ª Escola de Frankfurt (18) – Adorno e Horkheimer (8) – indústria cultural.
19ª Descartes (8) – teoria do conhecimento.
20ª Aristóteles (18) – estética – a poesia.

2009 – 20 questões
1ª Platão (10) – teoria do conhecimento – o mito da caverna.
2ª Platão (11) – política – a cidade justa.
3ª Aristóteles (18) – política – a justiça na polis.
4ª Aristóteles (19) – política – origem natural do Estado.
5ª Maquiavel (4) – política – poder e moral.
6ª Hobbes (6) – política – estado de natureza.
7ª Rousseau (8) – ética – lei natural e lei positiva.
8ª Francis Bacon (5) – epistemologia – experimentação e observação.
9ª Aristóteles (20) – metafísica – teleologia.
10ª Descartes (9) – teoria do conhecimento – dúvida metódica.
11ª Descartes (10) – teoria do conhecimento – conhecimento verdadeiro.
12ª Kant (11) – ética.
13ª Esc. de Frankfurt (19) – Habermas (7) – ética do discurso – razão monológica.
14ª Esc. de Frankfurt (20) – Habermas (8) – política – democracia.
15ª Esc. de Frankfurt (21) – Habermas (9) – política – democracia e cidadania.
16ª Popper (7) – filosofia da ciência – progresso científico.
17ª Esc. de Frankfurt (22) – Adorno e Horkheimer (9) e Habermas (10) – razão instrumental.
18ª Esc. de Frankfurt (23) – ciência e técnica.
19ª Platão (12), Aristóteles (21) – epistemologia – mímesis.
20ª Esc. Frankfurt (24) – Adorno e Benjamin (4) – estética – a arte e a aura.

2010 – 20 questões
1ª Platão (13), Aristóteles (22) – origem da filosofia – thaumazen, admiração.
2ª Descartes (11) – teoria do conhecimento – pensamento e existência.
3ª Hume (7) – epistemologia – empirismo, hábito, costume.
4ª Esc. de Frankfurt (25) – Habermas (11) – ética do discurso.
5ª Platão (13) – estética – mímesis.
6ª Aristóteles (23) – ética – virtudes éticas e dianoéticas.
7ª Esc. de Frankfurt (26) – Adorno (2) – estética – indústria cultural.
8ª Platão (14) – teoria do conhecimento – impressões e conhecimento.
9ª Kant (12) – ética – imperativo categórico.
10ª Aristóteles (24) – estética – o papel do poeta.
11ª Esc. de Frankfurt (27) – Horkheimer (2) – razão e ciência.
12ª Galileu Galilei (5) – epistemologia – revolução científica.
13ª Esc. de Frankfurt (28) – Habermas (12) – política – democracia.
14ª Esc. de Frankfurt (29) – Adorno e Horkheimer (10) – conceito de esclarecimento.
15ª Esc. de Frankfurt (30) – Benjamin (5) – estética – reprodutibilidade e aura.
16ª Rousseau (9) – política – contrato social e vontade geral.
17ª Hobbes (7) – política – jusnaturalismo.
18ª Maquiavel (5) – política – virtú, fortuna e a moralidade.
19ª Kant (13) – teoria do conhecimento – juízos sintéticos a priori.
20ª Locke (5) – política – a questão da propriedade.

2011 – 20 questões
1ª Francis Bacon (6) – epistemologia – método indutivo.
2ª Descartes (12) – teoria do conhecimento – fundamentação da verdade.
3ª Popper (8) – filosofia da ciência – critério de avaliação das teorias científicas.
4ª Esc. de Frankfurt (31) – Habermas (13) – ética – ação comunicativa.
5ª Francis Bacon (7), Adorno e Horkheimer (11) – progresso científico.
6ª Esc. de Frankfurt (32) – Habermas (14) – política – teoria do discurso.
7ª Rousseau (10) – política – homem natural e homem social.
8ª Locke (6) – política – poderes legislativo, executivo e federativo.
9ª Hobbes (8), Aristóteles (25) – política – a sociabilidade humana.
10ª Aristóteles (26) – estética – mímesis.
11ª Aristóteles (27) – política – arte (música), ética e política.
12ª Aristóteles (28) – ética – conceito de virtude ética.
13ª Esc. de Frankfurt (33) – Benjamin (6) – estética – valor de culto da arte.
14ª Kant (14) – ética – vontade, dever e lei moral.
15ª Maquiavel (6) – política – desvinculação com o poder religioso.
16ª Esc. de Frankfurt (34) – Habermas (15) – ética – técnica e ciência como ideologia.
17ª Platão (15) – estética – mímesis, poesia e alma humana.
18ª Platão (16) – estética – poetas imitadores afastam da verdade.
19ª Aristóteles (29) – teoria do conhecimento – princípio de não contradição.
20ª Hobbes (9) – política – evitar condição de guerra.

2012 – 6 questões objetivas
1ª (questão 3) Francis Bacon (8) – ciência e controle da natureza.
2ª (questão 5) Esc. de Frankfurt (35) – Adorno e Horkheimer (12) – instrumentalização e controle da natureza.
3ª (questão 6) Kant (15) – ética – esclarecimento, autonomia.
4ª (questão 11) Aristóteles (30) – ética – teleologia.
5ª (questão 34) Esc. de Frankfurt (36) – Habermas (16) – ética – ética do discurso.
6ª (questão 55) Esc. de Frankfurt (37) – Habermas (17) – linguagem e simbologia
2012 – 4 questões discursivas
1ª Descartes (13) – teoria do conhecimento – dúvida metódica e verdade primeira.
2ª Esc. de Frankfurt (38) – Benjamin (7) – reprodutibilidade e autenticidade.
3ª Hobbes (10) e Locke (7) – jusnaturalismo e contratualismo.
4ª Aristóteles (31) – ética – felicidade: honra, prazer e razão.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Ciência e técnica

CIÊNCIA E TÉCNICA: A RAZÃO INSTRUMENTAL

A relação entre ciência e técnica
 Filosofia = visão de totalidade.
 Antiguidade: Teoria do conhecimento;
 Modernidade: Epistemologia
 Contemporaneidade: Filosofia da ciência.
 Filosofia: ciência-serviço, não dominação;
 A filosofia analisa os fundamentos da ciência: a) em que consiste seu conhecimento; b) qual o seu alcance; c) qual sua validade; d) qual a sua responsabilidade.
 Saber e poder estão a serviço do homem? Contribuem para sua liberdade e felicidade?
 Principais preocupações: (1) utilitarismo; (2) neutralidade; (3) a razão instrumental; e (4) uso empresarial e governamental.

Ciência desinteressada e utilitarismo
 Modernidade => razão => conhecimento e domínio (Hoje, sustentabilidade).
 Conhecimento desinteressado: valor intrínseco da ciência é sua exatidão, rigor, coerência e qualidade.
 Conhecimento utilitarista: Valor extrínseco (aplicabilidade).
 Qual das duas é abalizada pela filosofia? As duas, para não haver parcialidade.
 Se fosse apenas pelo utilitarismo muitas teorias não existiriam.
 Se não houver aplicabilidade, se não revolver problemas, pode cair na incerteza.
 A ciência pura (teórica) muitas vezes resulta em práticas para as quais nem foi pensada.
A ideologia cientificista
 Lado ideológico da ciência: identificá-la apenas com os resultados de suas aplicações.
 Duas conseqüências: cientificismo e ilusão de neutralidade.
 Cientificismo: a ciência é capaz de (1) conhecer e resolver tudo; (2) explicar sempre a realidade; (3) garantir progresso (4) construir um sistema doutrinário.
 Cientificismo é o mito de tudo poder e tudo controlar.
 Desprezo pela religião, filosofia, arte, intuição.
 Confiança irrestrita apenas na racionalidade (combate os mitos, mas se transforma em mito).
 Críticos acusam o cientificismo de destruir a natureza e oprimir o ser humano.
 Para Kierkegaard, Nietzsche, Marx, Weber e a Escola de Frankfurt a formalização da razão criou um novo mito: saber é poder, só o técnico competente é capaz de decisão.
 Os incompetentes devem executar tarefas planejadas e ordenadas (=tecnocracia).
 A ilusão de neutralidade se funda: (1) na idéia de objetividade, (2) pesquisador independente de paixões e vontades, (3) a ciência apenas diz o que e como as coisas são, não as interpreta.
 Isto é ilusório, pois o cientista escolhe seu método e define seu objeto, por influência social, política e econômica, ou seja, dentro de uma história.
 Pesquisas custam caro e exigem apoio de grupos e governos (1º, 2º e 3º setores [governo, mercado, sociedade: ong’s, oscip’s]).
 Domínio tecnológico é comercializado, um constrói outro compra (máquinas, remédios, equipamentos, etc.).
 Suas origens podem ser militar, econômica e política, entre outras.
 Maravilhas advêm de pesquisas nucleares, bacteriológicas e espaciais.
 Diante de tudo isto a neutralidade da ciência não se sustenta.
 A ideologia cientificista consolida a ciência como capaz de tudo conhecer e transformar, disfarçando sua origem e finalidade segundo interesses políticos e econômicos.
A razão instrumental
 A transformação da ciência em ideologia se dá pela razão instrumental (ou iluminista).
 Significa tornar a ciência um ato de domínio e controle sobre a natureza e a humanidade.
 Para o iluminismo a razão é capaz de compreender, transformar e dominar a natureza e a sociedade.
 A sociedade ficou reduzida a instrumento, meio para fins úteis vinculados ao poder.
 A ciência deixa de ser acesso ao conhecimento e se torna instrumento de poder e exploração.
 Quando isto ocorre a ciência deixa de ser teoria científica e vira ideologia de domínio e controle.
 Ex. de t. científica tornada ideologia: Copérnico e Galileu têm de esconder suas pesquisas, pois vão contra um modelo hierárquico e perfeito; questiona a ordem e a autoridade, legitimada pelo modelo ptolomaico.
 Outro ex: Spencer vincula o evolucionismo de Darwin à ordem cósmica, psíquica e social; o progresso provem da competição e concorrência. Mais apto = superior.
 Ex. de teoria científica ideológica (traz no bojo o preconceito):
 Os europeus, civilizados, tinham pensamento lógico-racional, evoluído, verdadeiro e superior.
 Os primitivos, selvagens, pensamento pré-lógico, atrasado, falso e inferior.
 Razão instrumental = conseqüência da concepção e do papel que o iluminismo atribuiu ao saber (poder).
 Nunca houve tanto saber (poder, técnica, progresso), mas também nunca houve tanto desequilíbrio: má distribuição de rendas, miséria, violência, guerras, exploração do meio ambiente, individualismo, consumismo e concentração de riquezas (6% possuem 59%; 53% - de U$ 2/dia).

O uso da ciência
 As descobertas científicas são aplicadas para fins não previstos (ex.: avião).
 A questão ética se impõe: quem pode evitar que cientistas negociem suas criações (ex.: artefatos bélicos)?(U$ 1.12 tri U$ c/ guerras e 100bi c/ a fome).
 Criam profissões, destroem ocupações, formalizam o trabalho industrial, etc.
 Pode a economia ser motivo de conhecimentos científicos? A ciência tornou-se agente econômico.
 A ciência uniu-se ao poder político: a tecnologia garante imperialismos e domínios.
 A tecnologia pode causar desequilíbrios, explorações e dominações antiéticas.
 A humanidade não intervém nas decisões de governos e empresas.
 Como controlar o uso da ciência? E quem deve fazê-lo?

Crise da razão: antecedentes e auge
 Kierkegaard e Nietzsche (séc. XIX) opuseram interioridade e subjetividade (existencialismo) ao sistema cognitivo objetivo e absoluto.
 Para Kierkegaard, Hegel nos fez esquecer da existência e da interioridade (mutabilidade e contingência).
 A existência não é regulada por leis universais e necessárias. Ela é particular e as leis do pensamento e da lógica são universais.
 Para Kierkegaard o saber não é absoluto; ele recusa o projeto iluminista, a modernidade. Só a subjetividade é a verdade.
 Para Nietzsche a natureza humana íntima está na vontade, vontade de poder.
 A vontade de poder é alegre, criativa e forte, busca superar o comum e medíocre da ética, da religião e do conhecimento tradicional.
 Para ele conhecer é interpretar, atribuir sentido e significado, mas não de modo sistêmico, absoluto, cabal, definitivo e objetivo.
 À filosofia cabe desmascarar o modo como esses sentidos são atribuídos carregados de valores.
 Para conhecer como os conceitos foram construídos devemos nos valer da genealogia.
 Não se deve fazer de determinados conceitos verdades absolutas e eternas.
Crise da razão: antecedentes e auge
 Com a genealogia se vê o que foi acrescido e excluído do conceito original (filologia), pela tradição, pela lei e pela autoridade.
 O conhecimento de um objeto será sempre momentâneo, capta o estado como o objeto se manifesta.
 Kant vai definir o iluminismo como a saída do homem do estado de menoridade (incapacidade de se autoguiar apenas pelo intelecto, autonomia x heteronomia).
Crise da razão: antecedentes e auge
 O iluminismo combateu o mito (tradição), mas tornou-se também um mito, o mito da razão.
 O saber e o poder se elevaram acima do mundo, da existência.
 O mundo, a natureza passou a ser matéria manipulável.
 A Escola de Frankfurt é um movimento crítico aos ideais iluministas.
 Principais representantes: Adorno, Horkheimer, Marcuse, Benjamin e Eric Fromm.
Crise da razão: antecedentes e auge
 Karl Krünberg fundou a Escola de Frankfurt em 1923, para revisar e inovar o marxismo.
 Em 1934 os nazistas a fecharam e os pensadores se exilaram, voltando em 1950.
 Desenvolveram a TEORIA CRÍTICA DA SOCIEDADE.
 Há um elemento irracional dentro dos totalitarismos, da racionalidade instrumental e científica (positivista): unir ciência e técnica para dominar a natureza com fins lucrativos ou políticos (dominação).
 O iluminismo julgou que a razão era capaz de compreender a realidade, mas ao perseguir o progresso tornou-se instrumental, vê apenas o que é útil e operativo.
 A técnica é a essência do saber científico moderno, porém ela visa os resultados (econômicos) e não os conceitos.
 Conhecimento se tornou dominação sobre a natureza e sobre os homens (simples material).
 Os frankfurtianos, assim como Kierkegaard, Nietzsche, Freud e Heidegger não aderem à razão iluminista.
 Eles não acreditam mais que a ciência e a tecnologia possa ser condição de emancipação individual e social.
 Tais críticas não significam desprezo ou rejeição ao saber científico ou desvalorização de seus benefícios.
 A mal está no descomprometimento com a vida e com o “bem viver coletivo”.

O novo iluminismo
 Parece haver um choque entre sabedoria e ciência (visa produtividade, domínio, poder, posse, lucro).
 A crítica que se faz ao iluminismo pode ser vista como herança do próprio iluminismo.
 A verdadeira ciência deve ajudar o homem a construir o seu destino livre de tirania e superstição.
 A autonomia kantiana se consegue pela crítica racional, porém nem sempre racionalidade significa humanismo.
 Humano é solidariedade, tolerância, afetividade, diálogo e boa convivência.
 A razão que tem fins e meios definidos em função de interesses de classes é uma visão parcial, equivocada e instrumental da razão.