domingo, 28 de outubro de 2012

Escola de Frankfurt


ESCOLA DE FRANKFURTTEORIA CRÍTICA
                     Histórico
1923 –  abertura do Instituto de Pesquisa Social, por Félix Weil, filiado à Universidade de Frankfurt.
1930 -   Max Horkheimer assume a direção do Instituto.
1933 – o Instituto (Escola de Frankfurt) é fechado pelo Estado nazi, que considera suas atividades hostis ao Estado.
Os principais membros da Escola emigram para Paris e, posteriormente,  para Nova Iorque.
1940 -  Nos Estados Unidos, é criado o Institute of Social Research.
1950 -  O Instituto de Pesquisa Social é reaberto na Alemanha.
                     Principais teóricos

Theodor Adorno
Max Horkheimer
Herbert Marcuse
Walter Benjamin
Jürgen Habermas  


TEORIA CRÍTICA: PROPOSTAS GERAIS
                     Os frankfurtianos elaboram uma teoria crítica das sociedades contemporâneas, especificamente dos desdobramentos do capitalismo aliado à técnica e aos seus impactos sobre a vida dos indivíduos.
                     Analisam o sistema da economia de mercado, abordando questões como: desemprego, crises econômicas, terrorismo, anti-semitismo, condição global das massas, mercantilização da cultura.  
                     Propõem temáticas novas através da análise de fenômenos superestruturais e do comportamento coletivo nas sociedades capitalistas industrializadas.
                     Em nome da racionalização, os processos sociais são dominados pela ótica da ciência aliada à técnica, traduzida como racionalidade da dominação da natureza para fins lucrativos.      
                     Denunciam a separação e oposição do indivíduo em relação à sociedade.
                     Criticam a dominação dos indivíduos nos Estados  capitalista e fascista.
                     Apontam o positivismo como estratégia de manutenção e reprodução do status quo.
                     Defendem a atividade reflexiva como solução da reorganização  racional da sociedade, embora não apresentem soluções práticas para os impasses engendrados pelo capitalismo aliado à industrialização.
                     As teses postuladas pelos frankfurtianos enfatizam o papel central que a ideologia desempenha em formas de comunicação nas sociedades urbanas modernas. E apontam a mídia como agente da barbárie cultural, veículos propagadores da ideologia das classes dominantes, imposta às classes subalternas pela persuasão ou manipulação.
                     Entendem as pesquisas setoriais e a mídia como instrumentos de manutenção do sistema, através da reprodução de modelos e valores sociais.  

Indústria Cultural
                     Expressão utilizada por Adorno e Horkheimer na Dialética do Iluminismo (1947) no capítulo, “A Indústria Cultural: O Iluminismo como Mistificação das Massas”, em substituição do termo “cultura de massas”, para designar a produção e difusão de bens simbólicos em escala industrial.
                     Para Adorno e Horkheimer, a Indústria Cultural, como subsistema da sociedade capitalista, reproduz a sua ideologia e estrutura.
                     A Indústria Cultural configura produtos veiculados pelos mass media. Portanto, não designa peças culturais provindas da elite nem da população menos favorecida.
                     As reflexões de Adorno e Horkheimer se assentam na constatação de que a sociedade industrial não realizou as promessas do iluminismo humanista. Pois o desenvolvimento da técnica e da ciência não trouxe um acréscimo de felicidade e liberdade para o Homem.
                     Ao invés de libertar o Homem, o progresso da técnica acabou por escravizá-lo, alienando-o.
                     A reprodutibilidade técnica retirou, tanto da cultura popular, como da cultura erudita, o seu valor real. O resultado, a indústria cultural, não conduz à experiência libertadora da fruição estética.
                     O princípio da reprodução deformaria a obra, nivelando-a por baixo. Por exemplo: adaptações de livros a filmes, que são adocicadas para se tornar mais apetecíveis ao consumo.
                     Para os frankfurtianos, os produtos da Indústria Cultural teriam 3 funções:
(1)                Ser comercializados;
(2)                Promover a deturpação e a degradação do gosto popular;
(3)                Obter uma atitude passiva dos consumidores.

Críticas à Indústria Cultural
                     “Aquilo que a indústria cultural oferece de continuamente novo não é mais do que a representação, sob formas sempre diferentes, de algo que é sempre igual” (Adorno, 1967, 8).
                     O sistema condiciona o tipo, a qualidade e a função do consumo na sociedade.
                     A indústria cultural provoca a homogeneização dos padrões de gosto.
                     O indivíduo deixa de decidir autonomamente. O conflito soluciona-se com a adesão acrítica de valores impostos.
                     À medida que a indústria cultural se consolida, mais adquire poder sobre as necessidades do consumidor, guiando-o e disciplinando-o. “O consumidor não é soberano, como a indústria cultural queria fazer crer, não é o sujeito, mas o seu objeto” (ADORNO, 1967, p. 6).
                     A individualidade é substituída pela pseudo-Individualidade. A ubiquidade[1], a repetitividade e a estandardização da indústria cultural  fazem da moderna cultura de massa um meio de controle inédito. 
                     O espectador não deve agir pela sua própria cabeça: o produto prescreve todas as reações: não pelo seu contexto objectivo que desaparece mal se volta para a faculdade de pensar – mas através de sinais. Qualquer conexão lógica que exija perspicácia intelectual, é escrupulosamente evitada (Horkheimer; Adorno, 1947: 148).
                     “A sociedade é sempre a vencedora e o indivíduo não passa de um fantoche manipulado pelas normas sociais” Adorno apud Wolf (1994, 77).
                     Os produtos da indústria cultural paralisam a imaginação e a espontaneidade, impedindo a atividade mental do indivíduo.
                     A indústria cultural reflete o modelo do mecanismo econômico, que domina o tempo de trabalho e de lazer.
                     A estrutura multiestratificada das mensagens reflete a estratégia de manipulação da indústria cultural.
                     A recepção das mensagens da mídia escapam ao controle da consciência. O espectador absorve ordens, indicações, proibições, sem senso crítico.
                     Uma das estratégias de dominação da indústria cultural é a estereotipização, modelos simplificados indispensáveis para organizar e antecipar as experiências humanas.
                     A divisão dos produtos em gêneros conduz ao desenvolvimento de formas fixas e  impõe modelos estabelecidos de expectativas.
                     Os sujeitos encontram-se privados da verdadeira compreensão da realidade e da experiência de vida pelo uso constante de óculos esfumaçados, oferecidos pelo sistema através da indústria cultural.
                     O espectador olha (...) tudo se desenrola diante dos seus olhos, mas ele não pode tocar, aderir corporalmente àquilo que contempla. Em compensação, o olho do espectador está em toda a parte (...) sempre vê tudo em plano aproximado (...) mesmo o que está mais próximo está infinitamente distante da imagem, sempre presente, é verdade, nunca materializada. Ele participa do espectáculo, mas a sua participação é sempre pelo intermédio do corifeu (diretor de coros), mediador, jornalista, locutor, fotógrafo, cameraman, herói imaginário” (Edgar Morin, Cultura de massas no século XX: o espírito do tempo, p. 74).



[1] Ao mesmo tempo em toda parte.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

CARTA DE ABRAHAM LINCOLN AO PROFESSOR DO SEU FILHO

(Se a carta é mesmo de Abraham Lincoln não sei, mas sei que é uma boa mensagem para reflexão).
"Caro professor, ele terá de aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas por favor diga-lhe que, para cada vilão há um herói, que para cada egoísta, há também um líder dedicado, ensine-lhe por favor que para cada inimigo haverá também um amigo, ensine-lhe que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada, ensine-o a perder, mas também a saber gozar da vitória, afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso, faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros no céu, as flores no campo, os montes e os vales.
Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa, ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos.
Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros, ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram.
Ensine-o a ouvir todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho, ensine-o a rir quando estiver triste e explique-lhe que por vezes os homens também choram.
Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra todos, se ele achar que tem razão.
Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço, deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso.
Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.
Eu sei que estou pedindo muito, mas veja o que pode fazer, caro professor."
Abraham Lincoln, 1850

sábado, 28 de julho de 2012

ÁGUA PROS BISNETOS
Terceira Dimensão
Já enlataram o milho, o peixe, a carne e a água de tomar
Tão cobrindo as verduras, encapando os gansos que é pra não contaminar
Tão metendo veneno em tudo deixa eu só te perguntar
Pra onde vai esse veneno todo, pra quem é esse veneno todo
Vai de presente pros bisnetos, vai ser a água que eles vão tomar
Tio nonato me disse que as laranjeiras não querem mais carregar
Que tá faltando o vinho, deu pouco a parreira e parece que quer pestear
Falou de um tempo louco de um tal de el niño que é pra não me preocupar
Pra onde vai esse veneno todo, pra que é esse veneno todo
Que vai ser a água que os bisnetos vão tomar
Amigo eu já to vendo e vou dizendo a coisa aonde vai parar
Vão vender ar puro em bolicho de esquina que é pra gente respirar
Trocar peça de gente, já tão trocando em qualquer lugar
Quero ver daqui uns tempos, quem vai fabricar
Que hoje fazer é fácil o problema é educar
Tava pensando amigo, se fala pros homem não vão nem acreditar
Podia rachar um pedaço só daqui pra baixo que é pra nós aqui mandar
Essas ideias boas viram papo atoa se nós não encarar
E acabar com o veneno, e mandar nessa terra
Porque se estourar guerra vamos nós e eles vão ficar.
Disponível em: http://www.cifraclub.com.br/terceira-dimensao/agua-pros-bisnetos/

segunda-feira, 23 de julho de 2012

A DIFERENÇA ENTRE VENCEDORES E DERROTADOS . . . Na realidade o vencedor não é rico por que tem dinheiro, mas por ter um espírito totalmente diferente dos derrotados, a conseqüência será ter mais dinheiro. O vencedor acredita que pode moldar o seu destino. O derrotado acredita que o destino acontece. O vencedor entra no jogo do dinheiro pra ganhar. O derrotado entra no jogo do dinheiro pra não perder. O vencedor usa juros a seu favor. O derrotado usa juros contra ele mesmo, porque quer tudo para agora. O vencedor se aproxima de indivíduos bem-sucedidos. O derrotado prefere amigos como ele, que passam por dificuldades financeiras e são fracassados. O vencedor diz “como posso ter isso”? O derrotado diz “não posso ter isso”. O vencedor estuda investimentos e faz planos. O derrotado diz que “não tem tempo para estas coisas”. O vencedor prefere ser remunerado pelos resultados. O derrotado prefere ser remunerado pelo tempo despendido. O vencedor foca no patrimônio líquido. O derrotado foca no rendimento mensal. O vencedor, quando sofre uma adversidade, se pergunta “como posso tirar proveito disso?”. O derrotado, na adversidade, se lamenta. O vencedor identifica os “ricos” pela sua educação financeira. O derrotado identifica o “rico” pelos bens materiais que exibe. O vencedor busca a prosperidade financeira. O derrotado confunde essa busca com falta de espiritualidade. O vencedor foca na solução. O derrotado foca no problema. O vencedor, numa compra parcelada, calcula os juros embutidos e faz contas para decidir se a compra vale a pena. O derrotado só observa o tamanho da parcela. O vencedor age apesar do medo. O derrotado fica paralisado pelo medo. O vencedor foca em oportunidades. O derrotado foca em benefícios. O vencedor pensa grande. O derrotado pensa pequeno. Se o vencedor ganha um valor, em algum tempo o patrimônio terá aumentado. Se o derrotado ganha um valor, em algum tempo o patrimônio terá desaparecido completamente. Se você tirar todo o dinheiro de um vencedor, depois de algum tempo ele estará recuperado. Se você tirar todo o dinheiro de um derrotado, ele dependerá de outras pessoas para sobreviver. O vencedor tem um plano de independência para o futuro. O derrotado acha que trabalhar até morrer e depender do governo e dos filhos é um plano razoável. O vencedor diz “posso ter as duas coisas”. O derrotado diz “posso ter isso ou aquilo”. O vencedor procura se aprimorar sempre. O derrotado acredita que já sabe tudo. O vencedor diz “que lição posso aprender com este erro?”. O derrotado diz “desde o começo eu já sabia que não daria certo”. Um VENCEDOR compromete-se, dá a sua palavra e cumpre. Um DERROTADO faz promessas, mas não “põe os pés a caminho” e quando falha só se sabe justificar. Um VENCEDOR diz: "Sou bom, mas vou ser melhor ainda". Um DERROTADO diz: "Não sou tão mau assim; há muitos piores que eu". Um VENCEDOR é PARTE DA SOLUÇÃO. Um DERROTADO é PARTE DO PROBLEMA. Um VENCEDOR consegue "ver a parede na sua totalidade". Um DERROTADO fixa-se "no azulejo que lhe cabe colocar". De que lado você está? (Desconheço o autor)

sexta-feira, 2 de março de 2012

Origens da filosofia

1 Origens da Filosofia
1.1 Etimologia: philos, gostar de; sophia, sabedoria.
1.2 Criador da palavra: (?) Pitágoras (571-497 a.C.)
1.3 Significado: 1.3.1 Antigo: totalidade do saber racional;
1.3.2 Moderno: compreender e explicar o sentido último das coisas.
1.3.3 Hoje: visão racional e crítica da realidade.
1.4 Objeto de estudo: 1.4.1 Material: a realidade;
1.4.2 Formal: o modo como ela se apresenta.
1.5 As disciplinas da filosofia
1.5.1 Lógica: a exatidão do raciocínio e da linguagem;
1.5.2 Epistemologia: como se dá o conhecimento;
1.5.3 Metafísica: realidades além do mundo físico;
1.5.4 Cosmologia: a origem e a ordem do universo;
1.5.5 Ontologia: o modo de ser das coisas;
1.5.6 Ética: o valor das ações humanas;
1.5.7 Teodicéia: a religiosidade;
1.5.8 Política: a constituição da comunidade;
1.5.9 Estética: o gosto e a beleza;
1.5.10 Filosofia da ciência: o que caracteriza o pensamento científico.
(História, psicologia e sociologia).
1.6 História da filosofia
1.6.1 Antiga: 1.6.1.1 Pré-socráticos;
1.6.1.2 Sofistas;
1.6.1.3 Sócrates;
1.6.1.4 Platão;
1.6.1.5 Aristóteles;
1.6.1.6 Helenismo: 1.6.1.6.1 Cinismo;
1.6.1.6.2 Epicurismo;
1.6.1.6.3 Estoicismo;
1.6.1.6.4 Ecletismo;
1.6.1.6.5 Ceticismo;
1.6.1.7 Neoplatonismo;
1.6.1.8 Patrística.
1.6.2 Medieval: 1.6.2.1 Escolástica;
1.6.2.2 Nominalismo (universalismo);
1.6.2.3 Realismo;
1.6.2.4 Humanismo.
1.6.3 Moderna: 1.6.3.1 Racionalismo;
1.6.3.2 Empirismo;
1.6.3.3 Iluminismo;
1.6.3.4 Idealismo;
1.6.3.5 Positivismo.
1.6.4 Contemporânea: 1.6.4.1 Fenomenologia;
1.6.4.2 Existencialismo;
1.6.4.3 Marxismo;
1.6.4.4 Analíticos;
1.6.4.5 Filosofia da linguagem;
1.6.4.6 Filosofia da ciência.
1.7 Do mito à filosofia: 1.7.1 O que é mito;
1.7.2 Principais mitos.
1.8 Condições: 1.8.1 Viagens marítimas (outras culturas);
1.8.2 Calendário (prever a natureza);
1.8.3 Moeda (cálculo, valor);
1.8.4 Escrita (abstração);
1.8.5 Cidades (discurso racional);
1.8.6 Política (democracia).
1.9 Pré-socráticos: 1.9.1Jônicos (ou milésios, ou naturalistas);
1.9.2 Eleatas;
1.9.3 Ontologistas;
1.9.4 Atomistas.
1.10 Os sofistas (antropologistas)
1.11 Sócrates (470/469 – 399 a. C.)(“divisor de águas”) 1.11.1 A vida: discípulo de Anaxágoras;
1.11.2 O método: ironia e maiêutica;
1.11.3 O pensamento:
- Antropologia:supera o relativismo sofista.
- Ética: combate a aceitação passiva das normas;
a busca do conhecimento é a busca do bem, do belo e do justo verdadeiro;
- Conhece-te a ti mesmo: buscar a iluminação racional crítica interior.
Só sei que nada sei: despir-se de idéias preconcebidas e preconceitos.
Uma vida sem reflexão não merece ser vivida: não deixar que outros conduzam a nossa vida.
 Tirou a filosofia da crise gerada pelos sofistas;
 Entre 432 e 429 combateu na batalha de Potidéia;
 Em 424 participa na batalha de Délio, pela guerra do Peloponeso;
 A pitonisa revelou a Querefonte a missão de Sócrates;
 Dedicou-se exclusivamente à filosofia;
 Teve vida exemplar e eticamente irrepreensível;
 Era moderado;
 Tinha raciocínios convincentes;
 Falava bastante, mas nada escreveu;
 Preocupou-se com o homem e seu mundo: a virtude e a felicidade;
 Tem profundidade: a opinião é superficialidade e ilusão do saber;
 Filosofa dialogando e procura a essência dos conceitos;
 A virtude não nasce da riqueza, mas a riqueza nasce da virtude.
1.12 Platão - 428/427-348/347 a. C.1.12.1 A Vida:
 Nasceu em Atenas, em 428 ou 427 a.C., de pais aristocráticos e abastados.
 Aos vinte anos, começou estudar com Sócrates e estudou por oito anos. Estudou também os maiores pré-socráticos.
 Depois da morte do mestre, Platão retirou-se com outros socráticos para junto de Euclides, em Mégara.
 Iniciou as viagens, e fez um vasto giro pelo mundo para se instruir (390-388).
 Visitou o Egito, a Itália meridional, onde teve ocasião de conhecer os pitagóricos (tal contato será fecundo para o desenvolvimento do seu pensamento); a Sicília, onde conheceu Dionísio o Antigo, tirano de Siracusa e fez amizade com Dion, cunhado daquele.
 Caído na desgraça do tirano pela sua franqueza, foi vendido como escravo. Libertado graças a um amigo, voltou a Atenas.
 Em Atenas, pelo ano de 387, Platão fundava a sua célebre escola, que, dos jardins de Academo, onde surgiu, tomou o nome famoso de Academia.
 Ao contrário de Sócrates, interessou-se vivamente pela política e pela filosofia política. Foi assim que o filósofo, após a morte de Dionísio o Antigo, voltou duas vezes - em 366 e em 361 - à Dion, esperando poder experimentar o seu ideal político e realizar a sua política utopista.
 Estas duas viagens políticas a Siracusa, porém, não tiveram melhor êxito do que a precedente: a primeira viagem terminou com desterro de Dion; na segunda, Platão foi preso por Dionísio, e foi libertado por Arquitas e pelos seus amigos, estando, então, Arquitas no governo do poderoso estado de Tarento.
 Voltando para Atenas, Platão dedicou-se inteiramente à especulação metafísica, ao ensino filosófico e à redação de suas obras, atividade que não foi interrompida a não ser pela morte.
 Esta veio operar aquela libertação definitiva do cárcere do corpo, da qual a filosofia - como lemos no Fédon - não é senão uma assídua preparação e realização no tempo.
 Morreu o grande Platão em 348 ou 347 a.C., com oitenta anos de idade.
1.12.2 Pensamento:
 Dualista.
 É o primeiro a sistematizar o pensamento;
 Preocupa-se com a natureza e com o homem: conhecimento, política, ética, ciência, arte, etc.;
 Estabelece, junto com Aristóteles, os fundamentos da ciência;
 Tinha visão dualista: mundos das idéias (perfeito) e mundo sensível (imperfeito);
 Busca uma síntese entre ser (Parmênides) e devir (Heráclito); (Foi discípulo de Crátilo, discípulo de Heráclito).
 O dualismo se reflete em todas as áreas:
 Lógico= pensamento dialético;
 Epistemológico (reminiscência)= coisas (sensação) e idéias (intelecção).
 Psicologia= corpo e alma (o homem não tem unidade substancial, apenas acidental: três almas);
 Ético= controle racional e supressão dos instintos e paixões.
Moral platônica
 A natureza do homem é racional;
 Na razão realiza o homem a sua humanidade: a ação racional realiza o sumo bem, que é, ao mesmo tempo, felicidade e virtude.
 A natureza racional encontra no corpo um obstáculo.
 Dualismo filosófico-religioso de alma e de corpo: o intelecto encontra um obstáculo nos sentidos, a vontade no impulso, e assim por diante.
 A realização da natureza humana não consiste em disciplinar racionalmente a sensibilidade, mas na sua supressão, na separação da alma do corpo, na morte.
 Agir moralmente é agir racionalmente, e agir racionalmente é filosofar, e filosofar é suprimir o sensível, morrer aos sentidos, ao corpo, ao mundo, para o espírito, o inteligível, a idéia.
1.12.4 Política:
Sofocracia= rei filósofo (República,livro V)
Polis justa (República, livro IV)
Assim como o homem tem três almas, a polis tem três classes: trabalhadores (lavradores, artesãos e comerciantes), guerreiros e governantes. A justiça é a harmonia entre as três.
Mitos:
de Er: Psicologia e epistemologia (Rep., liv. X);
de Giges: ética (Rep., liv. II);
da caverna: Epistemologia e política (Rep., liv. VII);
da biga alada: ética e psicologia (Fedro).
DEMIURGO (= em gr. “o que produz para o povo”)
 É apresentado no Timeu (§ 28) como o artífice do mundo.
 O sistema metafísico de Platão centraliza-se e culmina no divino mundo das idéias, as quais se contrapõem à matéria obscura e incriada.
 Entre as idéias e a matéria estão o Demiurgo e as almas, através das quais desce das idéias à matéria aquilo de racionalidade que nesta matéria aparece.
 Ele contempla o mundo ideal e o reproduz, porém pressupondo a existência das formas eternas.
 É o criador da alma racional.
1.12.3 Obras:
Platão escreveu muitíssimas obras, das quais algumas se perderam. Quanto às que se conservaram, é bastante difícil atribuir-lhe uma data precisa. Estudiosos acreditam que Platão escreveu suas obras em dois períodos: umas na juventude, outras na velhice. Elas são divididas em quatro grupos. Quanto ao tempo de composição, elas corresponderiam aos quatro períodos da vida do filósofo.
Os Diálogos Socráticos
Platão expõe neles a doutrina de Sócrates.
Os principais são:
Apologia de Sócrates: autodefesa de Sócrates;
Críton: obrigação de obedecer às leis;
Íon: sobre a inspiração poética;
Lísias: sobre a amizade;
Eutífron: sobre a santidade.
Os Diálogos Polêmicos
Neles Platão combate os sofistas.
Os principais são:
Protágoras: virtude e conhecimento são a mesma coisa;
Górgias: sobre a retórica;
Crátilo: sobre a linguagem;
Mênon: sobre a virtude;
Hípias Maior: sobre a beleza.
Os Diálogos da Maturidade
Banquete: sobre o amor;
Fédon: sobre a imortalidade da alma; Fedro: sobre a retórica;
República: sobre o Estado ideal.
Os Diálogos da Velhice
Neles Platão faz a revisão crítica da doutrina das Idéias e do estado. Os principais são:
Teeteto: sobre o conhecimento;
Parmênides: defesa da teoria das idéias; Sofista: sobre a relação entre ser e não ser e outras idéias;
Política: o verdadeiro estadista é o filósofo; Filebo: relação entre o prazer e o bem;
Timeu: cosmologia, o Demiurgo;
Leis: a legislação do Estado ideal.
1.13 ARISTÓTELES (384-322 a. C.) Nasceu em Estagira, na Macedônia. Filho do médico do Rei Filipe II. Aos 17 anos muda-se para Atenas para estudar com Platão. Estuda na Academia por 20 anos, até a morte do mestre. Voltou para Macedônia e foi preceptor de Alexandre Magno (por sete anos aproximadamente). Voltou para Atenas e fundou o Liceu.
 Tem trabalhos importantes nas seguintes áreas: metafísica, lógica, ética, política, retórica, poesia, biologia, zoologia, medicina, gramática, física e astronomia.
 Sua forma literária é o tratado (objetivo e metodológico)
 Enquanto Platão é idealista (dualista), Aristóteles é realista (a realidade é una).
1.13.1 Pensamento
 Se a realidade é única como se explica o movimento, a geração e a degeneração?
Pelas quatro causas.
 Matéria e forma: estrutura intrínseca e corpórea;
 Eficiente e final: origem e dinamismo (movimento).
 Ato (aquilo que é) e potência (a possibilidade de vir a ser): explica-se o movimento dos seres pela passagem da potência ao ato.
 O vir-a-ser é uma potência que está atuando (não é pura potência, nem potência já atuada).
1.13.2 Aristóteles teve importantes contribuições para a:
 Cosmologia: Todos os seres são constituídos de matéria e forma e o seu dinamismo se explica pelo ato e potência.
 Antropologia: O homem é substancialmente corpo (matéria) e alma (forma) e não acidentalmente.
 Metafísica: Conhecimento da essência (teleologia aristotélica), da causa última das coisas, a qual postula uma realidade espiritual: o Motor Imóvel.
 Política: A essência do Estado é possibilitar a vida feliz (objetivo da vida humana) e o bem comum.
 Ética: A realização plena do homem exige, além da contemplação (alma), também a satisfação dos sentidos (corpo).
 Estética: Há dois tipos de arte, a produção (tecné) e as imitativas. “O belo é um bem que agrada”, pela ordem, simetria e determinação; tem função pedagógica e catártica, purificam, dão serenidade.
1.13.3 Escritos sobre:
 Lógica (6)
 Metafísica (14)
 Física (29)
 Ética (19)
 Política (8)
 Poética (1)
 Retórica (1)
Principais obras:
 Ética a Nicômaco
 Organon
 Metafísica
 Política

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Dez anos de Filosofia no vestibular UEL

SÍNTESE DE DEZ ANOS DE FILOSOFIA NO VESTIBULAR UEL
2003 – 20 questões
1ª Pré-socráticos – Tales de Mileto – passagem do mito à razão.
2ª Mito e filosofia.
3ª Mito e conhecimento.
4ª Democracia grega.
5ª Aristóteles – política.
6ª Hobbes – política – contratualismo.
7ª Locke – política – liberdade.
8ª O poder do Estado – música do Titãs.
9ª Platão – a concepção de sociedade justa.
10ª Aristóteles (2) – ética – virtude.
11ª Rousseau – a liberdade humana.
12ª Kant – o imperativo categórico.
13ª Características da ciência moderna.
14ª Platão (2) – o mundo das idéias.
15ª Descartes – teoria do conhecimento.
16ª Hume – teoria do conhecimento.
17ª Popper – filosofia da ciência.
18ª Platão (3) – estética – a arte.
19ª Esc. de Frankfurt – a relação arte (cinema) e política.
20ª Esc. de Frankfurt (2) – Adorno e Horkheimer – a indústria cultural.

2004 – 20 questões
1ª Pré-socráticos (2) – os físicos da Jônia.
2ª Passagem do mito à razão (2).
3ª Aristóteles (3) – política – origem natural.
4ª Aristóteles (4) – política – a democracia.
5ª Maquiavel – o poder político.
6ª Rousseau (2) – política – Estado e soberania.
7ª Spinoza – liberdade.
8ª Kant (2) – ética – autonomia da vontade.
9ª Kant (3) – ética – a questão do dever.
10ª Ética – virtude - Tugendhat.
11ª Francis Bacon – Filosofia da ciência.
12ª Galileu Galilei – Filosofia da ciência – o método científico.
13ª Descartes (2) – teoria do conhecimento – os sentidos.
14ª Hume (2) – teoria do conhecimento – causalidade.
15ª Popper (2) – epistemologia – relação com o positivismo.
16ª Filosofia da ciência – o discurso científico.
17ª Esc. de Frankfurt (3) – Adorno e Horkheimer (2) – razão instrumental.
18ª Esc. de Frankfurt (4) – Adorno e Horkheimer (3) – ciência, técnica e sociedade.
19ª Estética – arte e política.
20ª Escola de Frankfurt (5) – Benjamin – a reprodutibilidade técnica.

2005 – 20 questões
1ª Passagem do mito à razão (3).
2ª Platão (4) – política – justiça.
3ª Aristóteles (5) – ética – felicidade.
4ª Rousseau (3) – política – liberdade moral.
5ª Kant (4) – ética – o conceito de dever.
6ª Kant (5) – ética – liberdade.
7ª Maquiavel (2) – política.
8ª Hobbes (2) – política – o contrato político.
9ª Locke (2) – política – o contrato social.
10ª Rousseau (4) – política – origem da sociedade civil.
11ª Esc. de Frankfurt (6) – Habermas – política – Estados Democráticos de Direito.
12ª Francis Bacon (2) – teoria do conhecimento – crítica a Aristóteles.
13ª A relação entre filosofia e ciência.
14ª Galileu Galilei (2) – filosofia da ciência.
15ª Descartes (3) – teoria do conhecimento.
16ª Popper (3) – ciência e método científico.
17ª Esc. de Frankfurt (7) – Horkheimer – razão instrumental.
18ª Aristóteles (6) – estética.
19ª Esc. de Frankfurt (8) – Adorno e Horkheimer (4) – indústria cultural.
20ª Esc. de Frankfurt (9) – Adorno e Horkheimer (5) – indústria cultural.

2006 – 20 questões
1ª Os poemas homéricos e o nascimento da filosofia.
2ª Aristóteles (7) – política – cidadania.
3ª Hobbes (3) – política – estado de natureza.
4ª Locke (3) – política – estado de natureza.
5ª Locke (4) – política – contrato social.
6ª Kant (6) – política – direito natural.
7ª Kant (7) – política – concepção de justiça.
8ª Habermas (2) – política – legitimidade do Estado.
9ª Rousseau (5) – Política – legitimidade do poder.
10ª Aristóteles (8) – ética – concepção de justiça.
11ª Esc. de Frankfurt (10) – Habermas (3) – ética.
12ª Esc. de Frankfurt (11) – Habermas (4) – ciência e técnica.
13ª Francis Bacon (3) – filosofia da ciência.
14ª Hume (3) – epistemologia – empirismo.
15ª Platão (5) – teoria do conhecimento – concepção de verdade.
16ª Aristóteles (9) – ética – teleologia.
17ª Platão (6) – teoria do conhecimento – mímesis.
18ª Esc. de Frankfurt (12) – Benjamin (2) – estética – reprodutibilidade técnica.
19ª Esc. de Frankfurt (13) – Adorno e Horkheimer (6) – razão instrumental.
20ª Galileu Galilei (3) – concepção de ciência.

2007 – 20 questões
1ª Platão (7) – teoria do conhecimento - mímesis.
2ª Descartes (4) – teoria do conhecimento – a dúvida cartesiana.
3ª Hobbes (4) – política – contratualismo.
4ª Esc. de Frankfurt (14) – Habermas (5) – ética do discurso.
5ª Francis Bacon (4) – epistemologia – os quatro ídolos.
6ª Kant (8) – ética – a falsa promessa.
7ª Aristóteles (10) – ética – teleologia – virtude (excelência).
8ª Mito e filosofia (4).
9ª Descartes (5) – teoria do conhecimento.
10ª Aristóteles (11) – teoria do conhecimento – livro Metafísica.
11ª Hume (4) – teoria do conhecimento.
12ª Pré-socráticos (3) – Tales de Mileto (2) – passagem do mito à razão.
13ª Kant (9) – epistemologia – juízos analíticos e sintéticos.
14ª Esc. de Frankfurt (15) – Benjamin (3) – estética – aura e reprodutibilidade.
15ª Popper (4) – filosofia da ciência – métodos indutivos.
16ª Maquiavel (3) – política – qualidades do príncipe.
17ª Aristóteles (12) – ética – virtudes – justiça.
18ª Rousseau (6) – política – contratualismo.
19ª Aristóteles (13) – ética – virtudes.
20ª Spinoza (2) – ética – virtudes.

2008 – 20 questões
1ª Platão (8) – estética – educação musical.
2ª Aristóteles (14) – ética – amizade.
3ª Galileu Galilei (4) – epistemologia – método científico.
4ª Hobbes (5) – política – estado de natureza e estado civil.
5ª Descartes (6) – teoria do conhecimento – verdade: clareza e distinção.
6ª Hume (5) – epistemologia – o hábito, costume.
7ª Rousseau (7) – política – contrato social.
8ª Kant (10) – epistemologia.
9ª Popper (5) – filosofia da ciência – demarcação (falseabilidade).
10ª Esc. de Frankfurt (16) – Adorno e Horkheimer (7) – razão instrumental.
11ª Esc. de Frankfurt (17) – Habermas (6) – ética do discurso.
12ª Platão (9) e Aristóteles (15) – estética – o papel dos poetas.
13ª Aristóteles (16) – teoria do conhecimento – as quatro causas.
14ª Descartes (7) – teoria do conhecimento – proposições verdadeiras e certas.
15ª Hume (6) – epistemologia – crença e imaginação.
16ª Popper (6) – filosofia da ciência – o problema da indução.
17ª Aristóteles (17) – teoria do conhecimento.
18ª Escola de Frankfurt (18) – Adorno e Horkheimer (8) – indústria cultural.
19ª Descartes (8) – teoria do conhecimento.
20ª Aristóteles (18) – estética – a poesia.

2009 – 20 questões
1ª Platão (10) – teoria do conhecimento – o mito da caverna.
2ª Platão (11) – política – a cidade justa.
3ª Aristóteles (18) – política – a justiça na polis.
4ª Aristóteles (19) – política – origem natural do Estado.
5ª Maquiavel (4) – política – poder e moral.
6ª Hobbes (6) – política – estado de natureza.
7ª Rousseau (8) – ética – lei natural e lei positiva.
8ª Francis Bacon (5) – epistemologia – experimentação e observação.
9ª Aristóteles (20) – metafísica – teleologia.
10ª Descartes (9) – teoria do conhecimento – dúvida metódica.
11ª Descartes (10) – teoria do conhecimento – conhecimento verdadeiro.
12ª Kant (11) – ética.
13ª Esc. de Frankfurt (19) – Habermas (7) – ética do discurso – razão monológica.
14ª Esc. de Frankfurt (20) – Habermas (8) – política – democracia.
15ª Esc. de Frankfurt (21) – Habermas (9) – política – democracia e cidadania.
16ª Popper (7) – filosofia da ciência – progresso científico.
17ª Esc. de Frankfurt (22) – Adorno e Horkheimer (9) e Habermas (10) – razão instrumental.
18ª Esc. de Frankfurt (23) – ciência e técnica.
19ª Platão (12), Aristóteles (21) – epistemologia – mímesis.
20ª Esc. Frankfurt (24) – Adorno e Benjamin (4) – estética – a arte e a aura.

2010 – 20 questões
1ª Platão (13), Aristóteles (22) – origem da filosofia – thaumazen, admiração.
2ª Descartes (11) – teoria do conhecimento – pensamento e existência.
3ª Hume (7) – epistemologia – empirismo, hábito, costume.
4ª Esc. de Frankfurt (25) – Habermas (11) – ética do discurso.
5ª Platão (13) – estética – mímesis.
6ª Aristóteles (23) – ética – virtudes éticas e dianoéticas.
7ª Esc. de Frankfurt (26) – Adorno (2) – estética – indústria cultural.
8ª Platão (14) – teoria do conhecimento – impressões e conhecimento.
9ª Kant (12) – ética – imperativo categórico.
10ª Aristóteles (24) – estética – o papel do poeta.
11ª Esc. de Frankfurt (27) – Horkheimer (2) – razão e ciência.
12ª Galileu Galilei (5) – epistemologia – revolução científica.
13ª Esc. de Frankfurt (28) – Habermas (12) – política – democracia.
14ª Esc. de Frankfurt (29) – Adorno e Horkheimer (10) – conceito de esclarecimento.
15ª Esc. de Frankfurt (30) – Benjamin (5) – estética – reprodutibilidade e aura.
16ª Rousseau (9) – política – contrato social e vontade geral.
17ª Hobbes (7) – política – jusnaturalismo.
18ª Maquiavel (5) – política – virtú, fortuna e a moralidade.
19ª Kant (13) – teoria do conhecimento – juízos sintéticos a priori.
20ª Locke (5) – política – a questão da propriedade.

2011 – 20 questões
1ª Francis Bacon (6) – epistemologia – método indutivo.
2ª Descartes (12) – teoria do conhecimento – fundamentação da verdade.
3ª Popper (8) – filosofia da ciência – critério de avaliação das teorias científicas.
4ª Esc. de Frankfurt (31) – Habermas (13) – ética – ação comunicativa.
5ª Francis Bacon (7), Adorno e Horkheimer (11) – progresso científico.
6ª Esc. de Frankfurt (32) – Habermas (14) – política – teoria do discurso.
7ª Rousseau (10) – política – homem natural e homem social.
8ª Locke (6) – política – poderes legislativo, executivo e federativo.
9ª Hobbes (8), Aristóteles (25) – política – a sociabilidade humana.
10ª Aristóteles (26) – estética – mímesis.
11ª Aristóteles (27) – política – arte (música), ética e política.
12ª Aristóteles (28) – ética – conceito de virtude ética.
13ª Esc. de Frankfurt (33) – Benjamin (6) – estética – valor de culto da arte.
14ª Kant (14) – ética – vontade, dever e lei moral.
15ª Maquiavel (6) – política – desvinculação com o poder religioso.
16ª Esc. de Frankfurt (34) – Habermas (15) – ética – técnica e ciência como ideologia.
17ª Platão (15) – estética – mímesis, poesia e alma humana.
18ª Platão (16) – estética – poetas imitadores afastam da verdade.
19ª Aristóteles (29) – teoria do conhecimento – princípio de não contradição.
20ª Hobbes (9) – política – evitar condição de guerra.

2012 – 6 questões objetivas
1ª (questão 3) Francis Bacon (8) – ciência e controle da natureza.
2ª (questão 5) Esc. de Frankfurt (35) – Adorno e Horkheimer (12) – instrumentalização e controle da natureza.
3ª (questão 6) Kant (15) – ética – esclarecimento, autonomia.
4ª (questão 11) Aristóteles (30) – ética – teleologia.
5ª (questão 34) Esc. de Frankfurt (36) – Habermas (16) – ética – ética do discurso.
6ª (questão 55) Esc. de Frankfurt (37) – Habermas (17) – linguagem e simbologia
2012 – 4 questões discursivas
1ª Descartes (13) – teoria do conhecimento – dúvida metódica e verdade primeira.
2ª Esc. de Frankfurt (38) – Benjamin (7) – reprodutibilidade e autenticidade.
3ª Hobbes (10) e Locke (7) – jusnaturalismo e contratualismo.
4ª Aristóteles (31) – ética – felicidade: honra, prazer e razão.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Ciência e técnica

CIÊNCIA E TÉCNICA: A RAZÃO INSTRUMENTAL

A relação entre ciência e técnica
 Filosofia = visão de totalidade.
 Antiguidade: Teoria do conhecimento;
 Modernidade: Epistemologia
 Contemporaneidade: Filosofia da ciência.
 Filosofia: ciência-serviço, não dominação;
 A filosofia analisa os fundamentos da ciência: a) em que consiste seu conhecimento; b) qual o seu alcance; c) qual sua validade; d) qual a sua responsabilidade.
 Saber e poder estão a serviço do homem? Contribuem para sua liberdade e felicidade?
 Principais preocupações: (1) utilitarismo; (2) neutralidade; (3) a razão instrumental; e (4) uso empresarial e governamental.

Ciência desinteressada e utilitarismo
 Modernidade => razão => conhecimento e domínio (Hoje, sustentabilidade).
 Conhecimento desinteressado: valor intrínseco da ciência é sua exatidão, rigor, coerência e qualidade.
 Conhecimento utilitarista: Valor extrínseco (aplicabilidade).
 Qual das duas é abalizada pela filosofia? As duas, para não haver parcialidade.
 Se fosse apenas pelo utilitarismo muitas teorias não existiriam.
 Se não houver aplicabilidade, se não revolver problemas, pode cair na incerteza.
 A ciência pura (teórica) muitas vezes resulta em práticas para as quais nem foi pensada.
A ideologia cientificista
 Lado ideológico da ciência: identificá-la apenas com os resultados de suas aplicações.
 Duas conseqüências: cientificismo e ilusão de neutralidade.
 Cientificismo: a ciência é capaz de (1) conhecer e resolver tudo; (2) explicar sempre a realidade; (3) garantir progresso (4) construir um sistema doutrinário.
 Cientificismo é o mito de tudo poder e tudo controlar.
 Desprezo pela religião, filosofia, arte, intuição.
 Confiança irrestrita apenas na racionalidade (combate os mitos, mas se transforma em mito).
 Críticos acusam o cientificismo de destruir a natureza e oprimir o ser humano.
 Para Kierkegaard, Nietzsche, Marx, Weber e a Escola de Frankfurt a formalização da razão criou um novo mito: saber é poder, só o técnico competente é capaz de decisão.
 Os incompetentes devem executar tarefas planejadas e ordenadas (=tecnocracia).
 A ilusão de neutralidade se funda: (1) na idéia de objetividade, (2) pesquisador independente de paixões e vontades, (3) a ciência apenas diz o que e como as coisas são, não as interpreta.
 Isto é ilusório, pois o cientista escolhe seu método e define seu objeto, por influência social, política e econômica, ou seja, dentro de uma história.
 Pesquisas custam caro e exigem apoio de grupos e governos (1º, 2º e 3º setores [governo, mercado, sociedade: ong’s, oscip’s]).
 Domínio tecnológico é comercializado, um constrói outro compra (máquinas, remédios, equipamentos, etc.).
 Suas origens podem ser militar, econômica e política, entre outras.
 Maravilhas advêm de pesquisas nucleares, bacteriológicas e espaciais.
 Diante de tudo isto a neutralidade da ciência não se sustenta.
 A ideologia cientificista consolida a ciência como capaz de tudo conhecer e transformar, disfarçando sua origem e finalidade segundo interesses políticos e econômicos.
A razão instrumental
 A transformação da ciência em ideologia se dá pela razão instrumental (ou iluminista).
 Significa tornar a ciência um ato de domínio e controle sobre a natureza e a humanidade.
 Para o iluminismo a razão é capaz de compreender, transformar e dominar a natureza e a sociedade.
 A sociedade ficou reduzida a instrumento, meio para fins úteis vinculados ao poder.
 A ciência deixa de ser acesso ao conhecimento e se torna instrumento de poder e exploração.
 Quando isto ocorre a ciência deixa de ser teoria científica e vira ideologia de domínio e controle.
 Ex. de t. científica tornada ideologia: Copérnico e Galileu têm de esconder suas pesquisas, pois vão contra um modelo hierárquico e perfeito; questiona a ordem e a autoridade, legitimada pelo modelo ptolomaico.
 Outro ex: Spencer vincula o evolucionismo de Darwin à ordem cósmica, psíquica e social; o progresso provem da competição e concorrência. Mais apto = superior.
 Ex. de teoria científica ideológica (traz no bojo o preconceito):
 Os europeus, civilizados, tinham pensamento lógico-racional, evoluído, verdadeiro e superior.
 Os primitivos, selvagens, pensamento pré-lógico, atrasado, falso e inferior.
 Razão instrumental = conseqüência da concepção e do papel que o iluminismo atribuiu ao saber (poder).
 Nunca houve tanto saber (poder, técnica, progresso), mas também nunca houve tanto desequilíbrio: má distribuição de rendas, miséria, violência, guerras, exploração do meio ambiente, individualismo, consumismo e concentração de riquezas (6% possuem 59%; 53% - de U$ 2/dia).

O uso da ciência
 As descobertas científicas são aplicadas para fins não previstos (ex.: avião).
 A questão ética se impõe: quem pode evitar que cientistas negociem suas criações (ex.: artefatos bélicos)?(U$ 1.12 tri U$ c/ guerras e 100bi c/ a fome).
 Criam profissões, destroem ocupações, formalizam o trabalho industrial, etc.
 Pode a economia ser motivo de conhecimentos científicos? A ciência tornou-se agente econômico.
 A ciência uniu-se ao poder político: a tecnologia garante imperialismos e domínios.
 A tecnologia pode causar desequilíbrios, explorações e dominações antiéticas.
 A humanidade não intervém nas decisões de governos e empresas.
 Como controlar o uso da ciência? E quem deve fazê-lo?

Crise da razão: antecedentes e auge
 Kierkegaard e Nietzsche (séc. XIX) opuseram interioridade e subjetividade (existencialismo) ao sistema cognitivo objetivo e absoluto.
 Para Kierkegaard, Hegel nos fez esquecer da existência e da interioridade (mutabilidade e contingência).
 A existência não é regulada por leis universais e necessárias. Ela é particular e as leis do pensamento e da lógica são universais.
 Para Kierkegaard o saber não é absoluto; ele recusa o projeto iluminista, a modernidade. Só a subjetividade é a verdade.
 Para Nietzsche a natureza humana íntima está na vontade, vontade de poder.
 A vontade de poder é alegre, criativa e forte, busca superar o comum e medíocre da ética, da religião e do conhecimento tradicional.
 Para ele conhecer é interpretar, atribuir sentido e significado, mas não de modo sistêmico, absoluto, cabal, definitivo e objetivo.
 À filosofia cabe desmascarar o modo como esses sentidos são atribuídos carregados de valores.
 Para conhecer como os conceitos foram construídos devemos nos valer da genealogia.
 Não se deve fazer de determinados conceitos verdades absolutas e eternas.
Crise da razão: antecedentes e auge
 Com a genealogia se vê o que foi acrescido e excluído do conceito original (filologia), pela tradição, pela lei e pela autoridade.
 O conhecimento de um objeto será sempre momentâneo, capta o estado como o objeto se manifesta.
 Kant vai definir o iluminismo como a saída do homem do estado de menoridade (incapacidade de se autoguiar apenas pelo intelecto, autonomia x heteronomia).
Crise da razão: antecedentes e auge
 O iluminismo combateu o mito (tradição), mas tornou-se também um mito, o mito da razão.
 O saber e o poder se elevaram acima do mundo, da existência.
 O mundo, a natureza passou a ser matéria manipulável.
 A Escola de Frankfurt é um movimento crítico aos ideais iluministas.
 Principais representantes: Adorno, Horkheimer, Marcuse, Benjamin e Eric Fromm.
Crise da razão: antecedentes e auge
 Karl Krünberg fundou a Escola de Frankfurt em 1923, para revisar e inovar o marxismo.
 Em 1934 os nazistas a fecharam e os pensadores se exilaram, voltando em 1950.
 Desenvolveram a TEORIA CRÍTICA DA SOCIEDADE.
 Há um elemento irracional dentro dos totalitarismos, da racionalidade instrumental e científica (positivista): unir ciência e técnica para dominar a natureza com fins lucrativos ou políticos (dominação).
 O iluminismo julgou que a razão era capaz de compreender a realidade, mas ao perseguir o progresso tornou-se instrumental, vê apenas o que é útil e operativo.
 A técnica é a essência do saber científico moderno, porém ela visa os resultados (econômicos) e não os conceitos.
 Conhecimento se tornou dominação sobre a natureza e sobre os homens (simples material).
 Os frankfurtianos, assim como Kierkegaard, Nietzsche, Freud e Heidegger não aderem à razão iluminista.
 Eles não acreditam mais que a ciência e a tecnologia possa ser condição de emancipação individual e social.
 Tais críticas não significam desprezo ou rejeição ao saber científico ou desvalorização de seus benefícios.
 A mal está no descomprometimento com a vida e com o “bem viver coletivo”.

O novo iluminismo
 Parece haver um choque entre sabedoria e ciência (visa produtividade, domínio, poder, posse, lucro).
 A crítica que se faz ao iluminismo pode ser vista como herança do próprio iluminismo.
 A verdadeira ciência deve ajudar o homem a construir o seu destino livre de tirania e superstição.
 A autonomia kantiana se consegue pela crítica racional, porém nem sempre racionalidade significa humanismo.
 Humano é solidariedade, tolerância, afetividade, diálogo e boa convivência.
 A razão que tem fins e meios definidos em função de interesses de classes é uma visão parcial, equivocada e instrumental da razão.