ESCOLA DE FRANKFURT – TEORIA CRÍTICA
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Histórico
1923 – abertura do Instituto de
Pesquisa Social, por Félix Weil, filiado à Universidade de Frankfurt.
1930 - Max Horkheimer assume a
direção do Instituto.
1933 – o Instituto (Escola de Frankfurt) é
fechado pelo Estado nazi, que considera suas atividades hostis ao Estado.
Os principais membros da Escola emigram para Paris e, posteriormente, para Nova Iorque.
Os principais membros da Escola emigram para Paris e, posteriormente, para Nova Iorque.
1940 - Nos Estados Unidos, é criado
o Institute of Social Research.
1950 - O Instituto de Pesquisa
Social é reaberto na Alemanha.
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Principais teóricos
Theodor Adorno
Max Horkheimer
Herbert Marcuse
Walter Benjamin
Jürgen Habermas
TEORIA CRÍTICA: PROPOSTAS GERAIS
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Os frankfurtianos
elaboram uma teoria crítica das sociedades contemporâneas, especificamente dos
desdobramentos do capitalismo aliado à técnica e aos seus impactos sobre a vida
dos indivíduos.
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Analisam o sistema da
economia de mercado, abordando questões como: desemprego, crises econômicas,
terrorismo, anti-semitismo, condição global das massas, mercantilização da
cultura.
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Propõem temáticas novas através da
análise de fenômenos superestruturais e do comportamento coletivo nas
sociedades capitalistas industrializadas.
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Em nome da racionalização, os
processos sociais são dominados pela ótica da ciência aliada à técnica,
traduzida como racionalidade da dominação da natureza para fins lucrativos.
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Denunciam a separação e oposição
do indivíduo em relação à sociedade.
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Criticam a dominação dos
indivíduos nos Estados capitalista e fascista.
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Apontam o positivismo como
estratégia de manutenção e reprodução do status quo.
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Defendem a atividade reflexiva
como solução da reorganização racional da sociedade, embora não
apresentem soluções práticas para os impasses engendrados pelo capitalismo
aliado à industrialização.
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As teses postuladas pelos
frankfurtianos enfatizam o papel central que a ideologia desempenha em
formas de comunicação nas sociedades urbanas modernas. E apontam a mídia
como agente da barbárie cultural, veículos propagadores da ideologia das
classes dominantes, imposta às classes subalternas pela persuasão ou
manipulação.
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Entendem as pesquisas setoriais e
a mídia como instrumentos de manutenção do sistema, através da
reprodução de modelos e valores sociais.
Indústria Cultural
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Expressão utilizada por Adorno e
Horkheimer na Dialética do Iluminismo (1947) no capítulo, “A Indústria
Cultural: O Iluminismo como Mistificação das Massas”, em substituição do termo
“cultura de massas”, para designar a produção e difusão de bens simbólicos em
escala industrial.
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Para Adorno e Horkheimer, a
Indústria Cultural, como subsistema da sociedade capitalista, reproduz
a sua ideologia e estrutura.
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A Indústria Cultural configura
produtos veiculados pelos mass media. Portanto, não designa peças
culturais provindas da elite nem da população menos favorecida.
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As reflexões de Adorno e
Horkheimer se assentam na constatação de que a sociedade industrial não
realizou as promessas do iluminismo humanista. Pois o desenvolvimento da
técnica e da ciência não trouxe um acréscimo de felicidade e liberdade para o
Homem.
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Ao invés de libertar o Homem, o
progresso da técnica acabou por escravizá-lo, alienando-o.
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A reprodutibilidade técnica
retirou, tanto da cultura popular, como da cultura erudita, o seu valor real. O
resultado, a indústria cultural, não conduz à experiência libertadora da
fruição estética.
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O princípio da reprodução
deformaria a obra, nivelando-a por baixo. Por exemplo: adaptações de livros a
filmes, que são adocicadas para se tornar mais apetecíveis ao consumo.
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Para os frankfurtianos, os
produtos da Indústria Cultural teriam 3 funções:
(1)
Ser comercializados;
(2)
Promover a deturpação e a degradação do gosto
popular;
(3)
Obter uma atitude passiva dos consumidores.
Críticas à Indústria Cultural
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“Aquilo que a indústria cultural
oferece de continuamente novo não é mais do que a representação, sob formas
sempre diferentes, de algo que é sempre igual” (Adorno, 1967, 8).
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O sistema condiciona o tipo, a
qualidade e a função do consumo na sociedade.
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A indústria cultural provoca a
homogeneização dos padrões de gosto.
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O indivíduo deixa de decidir
autonomamente. O conflito soluciona-se com a adesão acrítica de valores
impostos.
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À medida que a indústria cultural
se consolida, mais adquire poder sobre as necessidades do consumidor, guiando-o
e disciplinando-o. “O consumidor não é soberano, como a indústria cultural
queria fazer crer, não é o sujeito, mas o seu objeto” (ADORNO, 1967, p. 6).
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A individualidade é substituída
pela pseudo-Individualidade. A ubiquidade[1], a
repetitividade e a estandardização da indústria cultural fazem da moderna
cultura de massa um meio de controle inédito.
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“O espectador não deve agir pela sua própria cabeça:
o produto prescreve todas as reações: não pelo seu contexto objectivo que
desaparece mal se volta para a faculdade de pensar – mas através de sinais.
Qualquer conexão lógica que exija perspicácia intelectual, é escrupulosamente
evitada” (Horkheimer; Adorno,
1947: 148).
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“A sociedade é sempre a vencedora
e o indivíduo não passa de um fantoche manipulado pelas normas sociais” Adorno apud
Wolf (1994, 77).
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Os produtos da indústria cultural
paralisam a imaginação e a espontaneidade, impedindo a atividade mental do
indivíduo.
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A indústria cultural reflete o
modelo do mecanismo econômico, que domina o tempo de trabalho e de lazer.
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A estrutura multiestratificada das
mensagens reflete a estratégia de manipulação da indústria cultural.
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A recepção das mensagens da mídia
escapam ao controle da consciência. O espectador absorve ordens, indicações, proibições, sem senso crítico.
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Uma das estratégias de dominação
da indústria cultural é a estereotipização, modelos simplificados
indispensáveis para organizar e antecipar as experiências humanas.
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A divisão dos produtos em gêneros
conduz ao desenvolvimento de formas fixas e impõe modelos estabelecidos
de expectativas.
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Os sujeitos encontram-se privados
da verdadeira compreensão da realidade e da experiência de vida pelo uso
constante de óculos esfumaçados, oferecidos pelo sistema através da indústria
cultural.
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“O espectador olha (...)
tudo se desenrola diante dos seus olhos, mas ele não pode tocar, aderir
corporalmente àquilo que contempla. Em compensação, o olho do espectador está
em toda a parte (...) sempre vê tudo em plano aproximado (...) mesmo o que está
mais próximo está infinitamente distante da imagem, sempre presente, é verdade,
nunca materializada. Ele participa do espectáculo, mas a sua participação é
sempre pelo intermédio do corifeu (diretor de coros), mediador, jornalista,
locutor, fotógrafo, cameraman, herói imaginário” (Edgar Morin, Cultura de
massas no século XX: o espírito do tempo, p. 74).