sábado, 4 de maio de 2013

FILOSOFIA RENASCENTISTA


FILÓSOFOS RENASCENTISTAS: NICOLAU MAQUIAVEL (1469 – 1527); GALILEU GALILEI (1564 – 1642).
MAQUIAVEL – VIDA
Ø      Nasceu (1469) e morreu (1527) em Florença.
Ø      Filho de um advogado empobrecido que pertencera à nobreza.
Ø      Foi diplomata da república florentina após a queda dos Médici (ao retornar acusaram-no de conspiração. Foi preso, torturado e exilado).
Ø       Foi assessor de papas e cardeais.
Ø      Percebeu com astúcia como se dava, na prática, a trama política e apresentou ao público aquilo que havia percebido.
Ø      Em virtude de suas obras, sobretudo a mais conhecida, O príncipe (1513), tornou-se amado por alguns, odiado por outros, mas poucos lhe foram indiferentes.
OBRAS
Ø      O Príncipe (1513).
Ø      Discurso sobre a segunda década de Tito Lívio (1513).
Ø      A arte da guerra (1521).
Ø      Histórias florentinas (1525).
PENSAMENTO: importância
Ø      Depois dele, a política nunca mais foi exercida como era antes.
Ø      Ele concedeu autonomia à esfera política.
Ø      Política passou a ser a arte de alcançar e se manter no poder.
Ø      O príncipe buscou mostrar como a política acontecia de verdade (real, não ideal).
PENSAMENTO: Os fins justificam os meios
Ø      As virtudes políticas, não são as mesmas do cristianismo.
Ø      A política não surge da vontade de Deus, da razão ou da natureza (causa externa), mas tem causa interna.
Ø      Tem um mecanismo próprio: conquistar e manter-se no poder.
Ø      Moralidade e política são distintos.
PENSAMENTO: Respeitado e temido sempre; talvez amado; nunca odiado
Ø      Os homens esquecem mais rápido a morte do pai que a perda do patrimônio.
Ø      Novos benefícios não apagam antigas ofensas.
Ø      O príncipe virtuoso deve evitar ser odiado, mas se tiver de escolher entre ser temido ou amado que seja temido.
Ø      “É mais seguro ser temido do que amado. (...) Os homens relutam menos em ofender aos que se fazem amar do que aos que se fazem temer”.
PENSAMENTO: virtú e fortuna
Ø      “Fortuna” lat. acaso, sorte; Aqui “ocasião propícia”, “momento oportuno”.
Ø      É a chave para o êxito da ação política: ocasião aproveitada pela virtú.
Ø      O príncipe deve estar sempre atento aos sinais da fortuna, mantendo-se à frente dos acontecimentos, procurando dirigir seu rumo.
Ø      Virtú: capacidade de perceber, ou criar, a ocasião propícia (fortuna) para agir de modo a alcançar os fins políticos almejados, o poder.
Ø      Virtú “é a velha virtus latina, que aqui significa ‘energia’, ‘vigor’, ‘decisão’.
Ø      Apenas a virtú pode capturar a fortuna, essência da transformação das coisas”.
Ø      A virtú do príncipe ( xtãs) deve permitir enfrentar e contornar (ou eliminar) adversidades.
PENSAMENTO: O leão e a raposa
Ø      Há dois modos de combater: um pelas leis, outro pela força. O primeiro é próprio dos homens. O segundo, dos animais.
Ø      O primeiro método pode ser insuficiente, deve-se aprender a usar o segundo.
Ø      Um príncipe sendo obrigado a saber lutar como um animal, deve imitar a raposa e o leão.
Ø      O leão não sabe proteger-se das armadilhas (como bem sabe a raposa).
Ø      A raposa não consegue defender-se dos lobos (como o sabe e consegue o leão).
Ø       O príncipe deve ser uma raposa para reconhecer as armadilhas e um leão para assustar os lobos“.
GALILEI – VIDA
Ø      Nasceu em Pisa e morreu em Florença.
Ø      Aos 17 anos, começou a estudar Medicina, mas o seu gosto era pela observação e rigor do raciocínio.
Ø      Mesmo contrariando seus familiares, passou a estudar Matemática, concomitante com Medicina, e aos poucos abandonou a ciência de Hipócrates.
Ø      Aos 25 anos, tornou-se professor de Matemática na Universidade de Pisa, mudando dois anos depois, para a Universidade de Pádua.
Ø      Em 1609, ficou sabendo que na Holanda havia sido construído um telescópio, buscou informações, aperfeiçoou esse instrumento e começou a fazer observações astronômicas.
Ø      Um ano depois, escreveu um livro O mensageiro celeste, em que descreve as montanhas da lua, quatro satélites de Júpiter, as fase de Vênus, as formas de Saturno e as manchas solares.
Ø      Ao perceber que as manchas solares mudavam de posição, concluiu que isso só era possível porque a Terra estava girando em torno do Sol.
Ø      Em uma carta de 1610, Galileu Galilei afirmou que gostaria que lhe acrescentassem ao título de matemático também o de filósofo.
Ø      É preciso lembrar que filósofo era aquele que estudava a natureza, os corpos e seus fenômenos.
Ø      Diz ele ter “estudado mais anos de Filosofia do que meses de Matemática pura.
Ø      Galileu tornou-se o criador da Física moderna quando enunciou as leis fundamentais do movimento.
Ø      Foi um dos maiores astrônomos de todos os tempos, pelas observações pioneiras que fez com o telescópio.
Ø      Galileu é mais importante pelas contribuições que fez ao método científico do que propriamente pelas revelações físicas e astronômicas encontradas em suas obras.
Ø      O método desenvolvido por Galileu foi uma revolução na ciência e consistia de três princípios:
I - observação dos fenômenos sem influências religiosas ou extracientíficas;
II - experimentação: nenhuma afirmação, que se pretenda científica, deve prescindir da verificação de sua legitimidade;
III - que se descubra a regularidade matemática do evento estudado. 
Ø      Com Galileu, o mundo se transforma em números e a natureza deixa de ter causa final.
Ø      A noção geral de movimento muda de significado. Galileu o relativiza, definindo-o como deslocamento de uma coisa em relação a outra.
Ø      Mas ele não fez essas mudanças sem sofrimento, pois em 1610 foi aconselhado a manter silêncio sobre suas ideias e em 1616 suas obras foram incluídas no Índex de Livros Proibidos.
A teologia vai deixando de ser a “ciência das ciências” e as diversas esferas do saber (disciplinas) vão se emancipando, ganhando autonomia, vida própria com objetos e métodos próprios. 

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

MITO, RAZÃO E OS PRÉ-SOCRÁTICOS


MITO, RAZÃO E OS PRÉ-SOCRÁTICOS
História, problemáticas, escolas e filósofos
A PASSAGEM DO MITO À RAZÃO
1 – Mytheo (narrar, contar); Logos (razão, expressão, estudo, narrativa).
2 – O mito se assenta na autoridade do narrador.
3 – O mito é fantasioso; o logos é constatável.
4 – O logos “suplanta” (não extingue) o mito.
5 – A evolução segue da teogonia, passa pela cosmogonia e chega à cosmologia. 
CONDIÇÕES PARA A PASSAGEM DO MITO À RAZÃO
1 – As viagens marítimas: contato com outras culturas e compreensões de mundo.
2 – A invenção do calendário: permitiu perceber que a natureza tinha um ciclo e não vinculava-se totalmente ao capricho dos deuses.
3 – A invenção da moeda e da escrita: favoreceu o amadurecimento do pensamento abstrato.
4 – O surgimento da polis: obrigou os cidadãos criarem normas para a convivência.
5 – A invenção da política: aprimorou a dialética argumentativa e criaram-se leis.
CARACTERÍSTICAS DA FILOSOFIA NASCENTE (PRÉ-SOCRÁTICA)
1 - Enfraquecimento gradual dos elementos míticos;
2 - A composição do cosmos sendo unicamente de elementos naturais;
3 - Que há uma ordem no mundo, regida pelo logos (razão);
4 - A matéria (natureza, physis) é eterna, não houve o momento da criação;
5 - O tempo é circular e cíclico;
6 - Tudo se relaciona ao arquê (primeiro princípio);
7 - O homem é um microcosmo também regido pelo logos.
TALES DE MILETO (em grego Θαλής ο Μιλήσιος)
Foi o primeiro filósofo ocidental de que se tem notícia. Ele é o marco inicial da filosofia ocidental. De ascendência fenícia, nasceu em Mileto, antiga colônia grega, na Ásia Menor, atual Turquia, por volta de 625 a.C. e faleceu aproximadamente em 558 a.C. Tales considerava a água como sendo a origem de todas as coisas. E seus seguidores, embora discordassem quanto à “substância primordial” (que constituía a essência do universo), concordavam com ele no que dizia respeito à existência de um “princípio único" para essa natureza primordial.
● É o primeiro que procura uma causa material para a criação do universo, prioriza a explicação racional em detrimento da mítica.
● Para Tales o princípio de tudo, o arquê (ou arché - arch), era a água. Seria a água a origem de todas as coisas (70% da superfície da terra é água, 70% do nosso corpo é água, 83% do nosso sangue é água). Originalmente tudo estaria coberto de água a qual evaporaria e faria com que as coisas aparecessem. Se a ideia é absurda, vale lembrar que hoje afirmamos que a vida começou na água.
● Curiosidade: a previsão de um eclipse (28.05.585 a.C.), de uma boa colheita através da qual ele enriqueceu (Política, Aristóteles) e o detalhe de sua morte (Teeteto, Platão).
● É considerado um dos sete sábios da antiguidade (juntamente com Periandro, Pítaco, Bias, Cleóbulo, Sólon e Quílon), por sua luta em criar uma confederação na Ásia Menor, visando fortalecer o mundo helênico contra os orientais, segundo Heródoto.
ANAXIMANDRO DE MILETO (610 – 547 a.C.)
Foi discípulo de Tales. Geógrafo, matemático, astrônomo e político. Anaximandro acreditava que o princípio de tudo é uma coisa chamada ápeiron, que é algo infinito, tanto no sentido quantitativo (externa e espacialmente), quanto no sentido qualitativo (internamente). Esse a-peiron é algo insurgido (não surgiu nunca, embora exista) e imortal.
● É o primeiro a escrever um livro sobre a natureza, a traçar um mapa geográfico, a afirmar que a terra era esférica e o primeiro a usar o termo princípio (arché, arkhê). Aperfeiçoou o relógio de sol babilônico e o introduziu na Grécia.
● O universo é decorrência de modificações ocorridas no ápeiron (uma substância infinita, ilimitada), o qual teria movimento eterno e ocasionaria a separação dos opostos. Para Nietzsche é o infinito, para Aristóteles é o divino, o imortal e imperecível. Outros pensadores vêem como o caos primitivo, uma massa indeterminada da qual proviriam todas as coisas. Para Werner Jaeger, Anaximandro fala do crescimento das coisas umas à custa das outras.
ANAXÍMENES DE MILETO (585 – 528 a.C)
Concordava com Anaximandro quanto ao a-peiron, e com as características desse princípio apontadas por Anaximandro. Mas postulou que esse a-peiron fosse determinado pelo ar.
● Concorda com Anaximandro quanto à indefinição da substância fundamental, mas afirma que ela é determinada pelo ar (pneuma ápeiron). Todos os seres vivos do mundo necessitam do ar para viver. O universo seria resultado das transformações de um ar infinito, possivelmente deduziu isto a partir da fábrica de feltro em grande expansão na época naquela região. Tudo se produz através de rarefação e condensação.
● É o primeiro a afirmar que a lua recebe sua luz do sol.
PITÁGORAS DE SAMOS (do grego Πυθαγόρας)
Foi um filósofo, matemático e religioso que nasceu em Samos no ano de 580 a.C. e morreu em  497 a.C. em Metaponto. Pitágoras foi o fundador de uma escola de pensamento grega chamada em sua homenagem de pitagórica.
● Pitágoras foi matemático, filósofo, religioso, músico e político, nada escreveu. Para ele todas as coisas são números. O número nasce da divisão da unidade. A extensão do universo (pneuma ápeiron) seria descontínua, separada por intervalos, os números não são somente símbolos, são reais, são a “alma das coisas”, unidades corpóreas contíguas. As coisas manifestam externamente a estrutura numérica que lhes é inerente. O número não é apenas unidade quantitativa, mas tem também uma forma, uma figura, por isto os números são os princípios que se encontra em toda a natureza.
● Pela música se alcança a harmonia da alma e se une os elementos discordantes.
● O número exprime o tempo e o espaço.
XENÓFANES DE CÓLOFON (570-475 a.C.).
Tradicionalmente não figura entre os filósofos jónicos e nem entre os eleatas, os filósofos das colônias da Magna Grécia. O elemento primordial para ele é a terra, pois tudo o que existe começa na terra e tudo volta para a terra, tanto animais quanto plantas. “... tudo sai da terra e tudo volta à terra...”
●  Combatia ao antropomorfismo, dizendo que se os animais tivessem o dom da pintura eles iriam pintar seus deuses com formas animais. Ele queria com isso mostrar que o verdadeiro deus é único, absoluto e tem pouca semelhança com os homens, com seus pensamentos ou com as diversas representações feitas dele.
●  Xenófanes viajou por diversos lugares das colônias gregas itálicas e recitava seus poemas como um filósofo andarilho. Além de criticar o antropomorfismo, ele defendia a sabedoria e os prazeres vividos socialmente, mas sem excessos.
●  Destaca como moralmente superiores os valores da inteligência e da sabedoria sobre os valores da força física, que era muito valorizada pelos gregos da época e tinha no atleta o seu representante.
● Seus escritos são clara oposição às ideias naturalistas ou cosmológicas dos filósofos de Mileto, pelo que teria influenciado o pensamento de Parmênides.
HERÁCLITO DE ÉFESO (540 – 470 a.C. em Éfeso, na Jônia)
Filósofo pré-socrático, recebeu o cognome de "pai da dialética". Problematiza a questão do devir (mudança). “Não cruzarás o mesmo rio duas vezes, porque outras são as águas que correm nele.”
● Tinha descendência real, orgulhoso desprezava a plebe e ficou conhecido como o obscuro. Existe nas coisas uma lei universal (logos = razão) e fixa que rege todos os acontecimentos e fundamenta a harmonia universal, harmonia dos contrários, feita de tensões, pois a natureza ama e sintetiza os contrários (harmonia). Apresenta-se como mensageiro do logos.
● Impressionou-se pelo devir: tudo se transforma “em rio não se pode entrar duas vezes no mesmo” (frag. 91) e o fogo é o exemplo mais apropriado do devir, pelo fogo se pode explicar os diversos fenômenos do universo. Tudo proveio do fogo e tudo retornará ao fogo (big bang?).
● Para Hegel e Nietzsche, ele proclama que não há o ser, somente o devir, mas há quem diga que não se trata de um devir do ser, mas de um devir no ser.
● O homem pode tornar-se feliz, bom e sábio se procurar unir-se ao logos, percorrendo a via ascendente (verdade) e não a via descendente (prazer). Se seguir a via descendente ao morrer cessa de existir, se seguir pela via ascendente se unirá ao fogo eterno. Por isto o homem é responsável pelo próprio destino.
PARMÊNIDES DE ELÉIA (530 – 460 a.C.)
Nasceu em Eléia, hoje Vélia, Itália. Foi o fundador da escola eleática. Afirmou: “O Ser é e o Não-Ser não é”.
● Desloca a reflexão do âmbito cosmológico para o ontológico, não se trata de saber da origem do ser, mas de saber como podemos conhecer o ser (uno, completo e eterno). O ser é indissociável do pensar.
● Diz-se que foi discípulo do pitagórico Amínias. Põe-se contra o dualismo pitagórico e contra o mobilismo heraclitiano. Foi o primeiro filósofo que procurou esclarecer a noção de ser. O ser é a única realidade, somente o ser existe, é. Ou uma coisa é ou não é. Se é, não pode vir-a-ser, porque já é. Se não é, não pode vir-a-ser, porque do nada não se tira nada.
● Ser e pensar são a mesma coisa, pois sem o ser no qual o pensar se expressa, não há pensamento. O não-ser não é pensável. O ser é imperecível e imóvel.
ANAXÁGORAS DE CLAZÔMENA (500 - 428 a.C.)
Fundou a primeira escola filosófica de Atenas, contribuindo para a expansão do pensamento filosófico e científico que era desenvolvido nas cidades gregas da Ásia. Era protegido de Péricles que também era seu discípulo. Em 431 a.C. foi acusado de impiedade e partiu para Lâmpsaco, uma colônia de Mileto, também na Jônia, e lá fundou uma nova escola. Afirmava que o universo se constitui pela ação do Nous (νοῦς), conceito que geralmente é traduzido por espírito, mente ou inteligência.
● Para Anaxágoras os corpos compõem-se de homeomerias (sementes, parte qualitativamente semelhante): tudo está em tudo. Esta teoria é próxima de teoria molecular. No universo nada se cria e nada se destrói porque o número de homeomerias permanece o mesmo.
● A grande descoberta de Anaxágoras é a chamada Mente Suprema (nous). Era uma realidade de ordem superior, independente dos corpos e infinita, ela é a causa da ordem e da disposição do universo.
● Para ele a substância é divisível até ao infinito e não compartilha nem com a imobilidade dos eleatas e nem com o devir absoluto de Heráclito.
● Foi Anaxágoras quem levou a filosofia à Atenas e exerceu grande influência no pensamento de Sócrates.
EMPÉDOCLES DE AGRIGENTO (490 — 435 a.C.)
Foi um filósofo, médico, legislador, professor, místico além de profeta, foi defensor da democracia e sustentava a idéia de que o mundo seria constituído por quatro princípios: água, ar, fogo e terra.
● Filósofo, médico, mago e político. Apresenta-se como um exilado dos deuses e mensageiro destes. Entre as anedotas que se conta ao seu respeito está a de ter ressuscitado uma mulher que não respirava havia trinta dias. Uma lenda diz que morreu ao se atirar na cratera do vulcão Etna.
● Aos três elementos precedentes (Tales, água; Anaxímenes, ar e Heráclito, fogo) acrescentou o elemento terra: dela nascem e a ela retornam os seres vivos. Os quatro elementos são imutáveis, homogêneos e não se modificam nunca nas combinações. Partículas de um elemento podem penetrar em outro elemento. O amor une os elementos e o ódio os divide, na luta entre estas duas forças encontra-se o devir.
● Demonstra ter influência órfico-pitagórica, para ele o homem é um ser errante nesta terra onde expia as faltas da vida anterior. Atribuía grande importância à metempsicose e via o conhecimento como reminiscência.
DEMÓCRITO DE ABDERA (460 - 370 a.C.)
É tradicionalmente considerado um filósofo pré-socrático. A fama de Demócrito decorre do fato de ele ter sido o maior expoente da teoria atômica ou do atomismo.
● Demócrito ficou conhecido na antiguidade como a mente mais universal dos pré-socráticos e por seu sorriso contínuo. Ele sustenta a imutabilidade do ser e também a realidade do vir-a-ser, isto porque a realidade é constituída de átomos (a-tomo = não divisível: infinito número de corpos, invisíveis pela pequenez e pelo volume, incriados, indestrutíveis e imutáveis; semelhante às homeomerias de Anaxágoras, porém sem diferenças qualitativas). Do entrechoque dos átomos nasce o devir. Átomos, vazio e movimento constituem a explicação de tudo. Até os deuses, a terra e alma são constituídos de átomos.
● Sustenta a impossibilidade do não-ser, diz que o nascer é o agregar-se e o morrer o desagregar-se de coisas já existentes. Um átomo diferencia-se do outro pela forma, pela ordem e pela posição, os quais podem variar ao infinito. Os átomos não são perceptíveis pelos sentidos, somente pela inteligência.
● Realizou numerosas viagens e adquiriu uma vasta cultura, em diversos campos, talvez a maior cultura alcançada por um filósofo até aquele momento.