segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Platão, Aristóteles, Kant e os frankfurtianos

PLATÃO
O Mundo de Platão
Opinião da realidade: predominância das impressões ou sensações originadas nos sentidos.
Esfera racional da sabedoria e mundo das idéias: conhecimento autêntico.
Para atingí-lo: a filosofia
DIALÉTICA: contraposição de uma opinião com a crítica que dela fazemos.
Afirmação de uma TESE seguida de discussão e negação desta TESE, purificando erros e equívocos.
O MITO DA CAVERNA
• O mito da caverna: alegoria (exposição do pensamento sob forma figurada) sobre a concepção platônica da educação da alma.
• Compreendendo o mito:
• Os prisioneiros da caverna tomam as sombras das estatuetas transportadas como se fosse a única realidade
• Quando um deles é libertado sente dificuldade e dor para distinguir os objetos das suas sombras que via anteriormente
• Ao ser arrancado à força da caverna ficará inicialmente ofuscado pela luz; aos poucos se habituará a ver os objetos da região superior e então será capaz de distinguir:
• Sombras
• Imagens de homens e estatuetas refletidas na parede
• Os próprios objetos
• Finalmente poderá contemplar o próprio sol, a causa de tudo no mundo visível.
• O prisioneiro liberto se alegrará com o que agora vê e lamentará os que permanecem prisioneiros
• A interpretação platônica do mito:
• O que é a caverna? O mundo em que vivemos.
• Que são as sombras das estatuetas? As coisas materiais e sensoriais que percebemos.
• Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da caverna? O filósofo.
• O que é a luz exterior do sol? A luz da verdade.
• O que é o mundo exterior? O mundo das idéias verdadeiras ou da verdadeira realidade.
Qual o instrumento que liberta o filósofo e com o qual ele deseja libertar os outros prisioneiros? A dialética.
O que é a visão do mundo real iluminado? A Filosofia.
Por que os prisioneiros zombam, espancam e matam o filósofo (Platão está se referindo à condenação de Sócrates à morte pela assembléia ateniense)? Porque imaginam que o mundo sensível é o mundo real e o único verdadeiro.
Aristóteles (384-362)

 Macedônio de Estagira, também conhecido como “O Estagirita”.
 Difere de Platão por ser mais racional (Platão é mais místico, religioso; e Aristóteles, mais cientista; Platão é idealista, Aristóteles é realista).
 Platão escreve diálogos, Aristóteles tratados.
 Fundou o Liceu (Escola Peripatética).
 A realidade platônica é dualista, a aristotélica é una.
 Se a realidade é una como explicar a mudança? Pela passagem da potência ao ato (teoria aristotélica do conhecimento).
 Como se dá tal passagem? Por quatro causas: material, formal, eficiente e final.
 Principais obras: Ética à Nicômaco (Ética), Organon (Lógica), Metafísica, Política, De anima (psicologia).
 Tudo o que vive pode ter uma (as plantas: a vegetativa), duas (os animais: vegetativa e sensitiva) ou três almas (o homem: vegetativa, sensitiva e intelectiva).
 Aristóteles define o homem como “animal racional” e “animal político”. O telos da política é possibilitar a “vida boa”.
 Política (viver bem em coletividade) não se desvincula de ética (viver bem consigo próprio).
 A sua ética é eudaimonista (busca a felicidade = eudaimonia).
 A razão da vida humana (telos) deve ser a busca da felicidade. A coisa mais doce é alcançar aquilo que amamos.
 “A felicidade é a melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo” (EN, 1099a20).
 Felicidade é a atividade da alma em consonância com a melhor e mais completa virtude, durante toda a vida (EN, 1098a15).
 Virtude é a justa medida entre dois extremos: o excesso e a falta, pois ambos são vícios.
 Teleologia aristotélica (telos: finalidade) – tudo no universo (físico ou mental) tem uma razão de ser, uma finalidade.
 Considera absurda a idéia de que a alma sobrevive à morte do corpo, pois o homem é substancialmente corpo (matéria) e alma (forma) e não acidentalmente.
 O ser humano almeja bem estar e isto só se obtém vivendo virtuosamente.
 Tem obras sobre lógica (6), metafísica (14), física (29), ética (19), política (8), poética (1) e retórica (1).
Immanuel kant, nasceu em Konigsberg – Prússia, em 1724 e nunca saiu de sua cidade, nela morreu em 1804. Tem contribuições nas diversas áreas da filosofia, sobretudo em epistemologia e ética.
 Teoria do conhecimento: não podemos conhecer o noúmeno (coisa-em-si), apenas o fenômeno (como a coisa-em-si se mostra, se apresenta).
 Diz que as teorias científicas têm por base os juízos sintéticos à priori (uma experiência bem feita é suficiente para se emitir um enunciado científico).
 Ele une racionalismo e empirismo.
 Para conhecer precisamos dos sentidos, mas também do intelecto: os sentidos captam o objeto e a mente ordena.
 O conhecimento não está apenas no sujeito (racionalismo), ou no objeto (empirismo), mas nos dois: o sujeito dá a forma, o objeto dá a matéria.
 Espaço, tempo (condições a priori), substância e causalidade são condições necessárias para que o conhecimento do mundo fenomênico ocorra.
 O mundo numênico pode não estar sujeito a estas condições, por isso não podemos conhecê-lo (Deus, imortalidade da alma, limites do universo).
 Na ética kantiana só quem delibera racionalmente é livre e o ato só pode ser classificado como moral se for livre e autônomo.
 Nossos deveres não devem ser impostos, mas devemos descobri-los por nós mesmos, mediante o uso da razão.
 A razão é um elemento universal e por isto todo ser racional deve, cônscio de seu dever, agir por dever, não contra o dever e nem conforme o dever (ética deontológica).
 O dever é uma exigência incondicional (categórica), é a nossa obrigação.
 Imperativo categórico (1) age de tal modo que o móbil de tua ação possa se converter, por tua vontade, em lei universal; (2) jamais trate o outro, ou você mesmo, como um meio, mas sempre como um fim em si mesmo.
Escola de Frankfurt – Teoria Crítica
• Histórico
1923 – Abertura do Instituto de Pesquisa Social, por Félix Weil, filiado à Universidade de Frankfurt.
1930 - Max Horkheimer assume a direção do Instituto.
1933 – O Instituto (Escola de Frankfurt) é fechado pelo Estado nazi, que considera suas atividades hostis ao Estado.
Os principais membros da Escola emigram para Paris e, posteriormente, para Nova Iorque.
1940 - Nos Estados Unidos, é criado o Institute of Social Research.
1950 - O Instituto de Pesquisa Social é reaberto na Alemanha.
• Principais teóricos
Theodor Adorno
Max Horkheimer
Herbert Marcuse
Walter Benjamin
Jürgen Habermas
• Teoria Crítica: propostas gerais
• Os frankfurtianos elaboram uma teoria crítica das sociedades contemporâneas, especificamente dos desdobramentos do capitalismo aliado à técnica e aos seus impactos sobre a vida dos indivíduos.
• Analisam o sistema da economia de mercado, abordando questões como: desemprego, crises econômicas, terrorismo, anti-semitismo, condição global das massas, mercantilização da cultura.
• Propõem temáticas novas através da análise de fenômenos superestruturais e do comportamento coletivo nas sociedades capitalistas industrializadas.
• Em nome da racionalização, os processos sociais são dominados pela ótica da ciência aliada à técnica, traduzida como racionalidade da dominação da natureza para fins lucrativos. 

• Denunciam a separação e oposição do indivíduo em relação à sociedade.
• Criticam a dominação dos indivíduos nos Estados capitalista e fascista. 

• Apontam o positivismo como estratégia de manutenção e reprodução do status quo. 

• Defendem a atividade reflexiva como solução da reorganização racional da sociedade, embora não apresentem soluções práticas para os impasses engendrados pelo capitalismo aliado à industrialização.
• As teses postuladas pelos frankfurtianos enfatizam o papel central que a ideologia desempenha em formas de comunicação nas sociedades urbanas modernas. E apontam a mídia como agente da barbárie cultural, veículos propagadores da ideologia das classes dominantes, imposta às classes subalternas pela persuasão ou manipulação. 

• Entendem as pesquisas setoriais e a mídia como instrumentos de manutenção do sistema, através da reprodução de modelos e valores sociais.
• Indústria Cultural
• Expressão utilizada por Adorno e Horkheimer na Dialética do Iluminismo (1947) no capítulo, “A Indústria Cultural: O Iluminismo como Mistificação das Massas”, em substituição do termo “cultura de massas”, para designar a produção e difusão de bens simbólicos em escala industrial.
• Para Adorno e Horkheimer, a Indústria Cultural, como subsistema da sociedade capitalista, reproduz a sua ideologia e estrutura.
• A Indústria Cultural configura produtos veiculados pelos mass media. Portanto, não designa peças culturais provindas da elite nem da população menos favorecida.
• As reflexões de Adorno e Horkheimer assentam na constatação de que a sociedade industrial não realizou as promessas do iluminismo humanista. Pois o desenvolvimento da técnica e da ciência não trouxe um acréscimo de felicidade e liberdade para o Homem.
• Ao invés de libertar o Homem, o progresso da técnica acabou por o escravizar, alienando-o.
• A reprodutibilidade técnica retirou, tanto da cultura popular, como da cultura erudita, o seu valor real. O resultado, a indústria cultural, não conduz à experiência libertadora da fruição estética.
• O princípio da reprodução deformaria a obra, nivelando-a por baixo. Por exemplo: adaptações de livros a filmes, que são adocicadas para se tornar mais apetecíveis ao consumo.
• O indivíduo deixa de decidir autonomamente. O conflito soluciona-se com a adesão acrítica de valores impostos.

• À medida que a indústria cultural se consolida, mais adquire poder sobre as necessidades do consumidor, guiando-o e disciplinando-o. “O consumidor não é soberano, como a indústria cultural queria fazer crer, não é o sujeito, mas o seu objeto” (ADORNO, 1967, p. 6).
• A individualidade é substituída pela pseudo-Individualidade. A ubiqüidade (significa “ao mesmo tempo em toda parte”), a repetitividade e a estandardização da indústria cultural fazem da moderna cultura de massa um meio de controle inédito.
• “O espectador não deve agir pela sua própria cabeça: o produto prescreve todas as reações: não pelo seu contexto objectivo que desaparece mal se volta para a faculdade de pensar – mas através de sinais. Qualquer conexão lógica que exija perspicácia intelectual, é escrupulosamente evitada” (Horkheimer; Adorno, 1947: 148).
• “A sociedade é sempre a vencedora e o indivíduo não passa de um fantoche manipulado pelas normas sociais” Adorno apud Wolf (1994, 77).
• Os produtos da indústria cultural paralisam a imaginação e a espontaneidade, impedindo a atividade mental do indivíduo. 

• A indústria cultural reflete o modelo do mecanismo econômico, que domina o tempo de trabalho e de lazer.
• A estrutura multiestratificada das mensagens reflete a estratégia de manipulação da indústria cultural.
• A recepção das mensagens da mídia escapam ao controle da consciência. O espectador absorve ordens, indicações, proibições, sem senso crítico.
• Uma das estratégias de dominação da indústria cultural é a estereotipização, modelos simplificados indispensáveis para organizar e antecipar as experiências humanas.
• A divisão dos produtos em gêneros conduz ao desenvolvimento de formas fixas e impõe modelos estabelecidos de expectativas.
• Os sujeitos encontram-se privados da verdadeira compreensão da realidade e da experiência de vida pelo uso constante de óculos esfumaçados, oferecidos pelo sistema através da indústria cultural.
• “O espectador olha (...) tudo se desenrola diante dos seus olhos, mas ele não pode tocar, aderir corporalmente àquilo que contempla. Em compensação, o olho do espectador está em toda a parte (...) sempre vê tudo em plano aproximado (...) mesmo o que está mais próximo está infinitamente distante da imagem, sempre presente, é verdade, nunca materializada. Ele participa do espectáculo, mas a sua participação é sempre pelo intermédio do corifeu (diretor de coros), mediador, jornalista, locutor, fotógrafo, cameraman, herói imaginário” (Edgar Morin, Cultura de massas no século XX: o espírito do tempo, p. 74).

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

ARTE E SOCIEDADE

ARTE E SOCIEDADE
Indústria cultural e Cultura de massa

Tópicos:
 A arte tornou-se produto
 A relação capitalismo e obra de arte
 A reprodutividade técnica
 A cultura de massa
 A indústria cultural
 Interesses ideológicos
 Os meios de comunicação social

Arte e sociedade
 A arte sofre transformações e ganha autonomia: a finalidade é ela mesma.
 As transformações foram no (1) estilo: técnica, procedimentos e relação com o público;
 E foram também (2) determinantes e determinadas pela sociedade.
 Há duas posições opostas em relação à arte, (a) o valor está nela mesma, “arte pela arte” e (b) a arte tem de ser engajada, comprometida com mudanças sociais (históricas, sociais, políticas e econômicas).
 A primeira imagina o fazer artístico desprovido de raízes.
 A segunda esvazia a arte em prol da mensagem.
 Walter Benjamin (1892-1940) faz uma análise da relação arte e sociedade, no mundo tecnológico e capitalista.
 Para ele a reprodução técnica destruiu a aura artística.
 No passado a arte tinha como finalidade sacralizar e divinizar o mundo, daí vem sua aura.
 Passou do divino ao belo sem perder a aura.
 A reprodutividade técnica desfaz a aura.
 A tendência é orientar a realidade em função das massas e as massas em função da realidade.
 A reprodutividade não é algo novo, mas o modo (técnico) é.
 A técnica permite a arte em série: fotos, filmes, músicas.
 Original e cópia não se distinguem.
 As mãos foram liberadas da reprodutividade; a máquina faz e não o artista.
 A obra de arte possui dois valores, o de culto e o de exposição (essa pede reprodutividade).
 Pinturas paleolíticas tinham valor de culto: serem vistas pelos espíritos.
 Haviam obras secretas acessíveis apenas aos sacerdotes.
 Na pré-história predominava o valor de culto.
 As obras se emancipam do uso ritual e passam a ser expostas.
 A exposição traz novas funções a arte.
 Hoje arte e técnica, ambas emancipadas, caminham juntas.
 Pela técnica o nazifascismo transformou a política e a guerra em espetáculos artísticos.
 Pela propaganda os nazistas buscam influenciar nas emoções e nas paixões da sociedade.
 A reprodutividade técnica fica subserviente à propaganda totalitária em torno do führer.
 Benjamin tem esperança que aconteça a revolução socialista, democratizando a cultura tornando a arte acessível.
 A arte se tornaria direito universal deixando de ser privilégio da elite ou da religião.
 Sua esperança não se concretizou. Stalin e, depois o capitalismo usarão a arte em benefício próprio e surge a Cultura de massas.

Indústria cultura e cultura de massas
 Na modernidade o mundo desencanta e amadurece, a ciência supera a magia.
 A arte se emancipa da religião, mas se torna posse da ideologia e do mercado capitalista.
 A arte perdeu sua aura, mas não se democratizou.
 A arte tornou-se produto de consumo das massas através dos meios de comunicação.
 Perde suas especificidades e deixa de ser expressiva para ser reprodutiva.
 A arte existe para ser vista, visitada, fruída e contemplada.
 A arte tinha valor de exposição e tornou-se algo para ser consumido.
 A democratização da cultura e da arte requer que todos tenham acesso a ela, mas a indústria cultural não permite, por quatro motivos.
 Primeiro: cria a divisão social, obras caras e raras para a elite (culta) e as baratas e comuns à massa (inculta).
 Segundo: determina o horário e o preço das obras em função do público alvo, dizendo o que se deve ler, ouvir e ver.
 Terceiro: acentua a mediocridade, fortalece o senso comum, não traz novidade, devolve o que já se sabe.
 Quarto: cultura se torna lazer, entretenimento, diversão, distração. O que exige reflexão crítica não vende. Massificar é banalizar.
 Para Benjamin a reprodutividade técnica traria a democratização da arte;
 Para Adorno a indústria cultural não divulga, mas vulgariza a arte, por dois motivos:
 A) A cultura é colocada à venda com fins lucrativos. O que determina a produção cultural é a economia: agradar e atrair para vender e lucrar.
 B) A produção cultural visa lançar novos produtos, usa da cultura para vender produtos.
 A indústria cultural reproduz a cultura dominante e visa a permanência do sistema econômico e político-ideológico.
 Anestesia a consciência e impede a formação de indivíduos autônomos com capacidade de decidir e julgar por si.
 Os poderes político e econômico têm interesse em promover a indústria cultural.
 É um modo de deixar a população servil evitando revoltas.
 Para ambos ela é o “ópio do povo”, aliena pelo lazer e pela cultura.

Os meios de comunicação
 Rádio e tv são os que mais manifestam a indústria cultura e fazem isto ao criar duas categorias: público e horário.
 Os horários são definidos em função da classe social, do público alvo, da idade e do sexo.
 Além do horário também o conteúdo visa determinado mercado consumidor.
 Fazem isto de modo subliminar (simpático), por exemplo: petrolífera patrocina ecologia, cosméticos patrocina cultura, banco patrocina inclusão social. Visam incentivos.
(Veja TEDxSP 2009, Fábio Barbosa).
 Ouvintes são desrespeitados por informações fragmentadas, parciais e tendenciosas.
 O noticiário apresenta um mundo quebrado, longe e sem história e as telenovelas próximas, contínuas e históricas.
 Nas novelas o tempo é lento, os personagens os mais reais possíveis, próximos do público, o enredo parece real (personagens geram comentários quando morrem).
 Efeitos: Dispersão e Infantilização.
 Os meios de comunicação geram dispersão e dificuldade de concentração por longo tempo: nos acostumamos com momentos de atenção e descontração.
 Somos programados, pelo hábito, a nos concentrarmos de 7 a 10 minutos, e isto tem reflexo nas escolas. A capacidade de atenção vem diminuindo aos poucos.
 A infantilização ocorre quando a cultura tem de agradar para poder vender.
 Como infantiliza: O ser humano não consegue suportar a distância entre o desejo e a realização do desejo.
 A mídia oferece satisfação instantânea: cria o desejo e já apresenta o produto.

Os meios de comunicação
 A programação se ocupa com o que sabemos e apreciamos, e realiza nossos desejos sem exigir atenção e reflexão crítica (passividade).
 A cultura, a arte e o pensamento exigem maturidade a mídia infantilidade.
 É autoritária sob a aparência de democrática: especialistas nos ensinam a viver, criar filhos, cuidar da saúde, dos negócios, etc.
 As dicas são positivas apenas aparentemente, pois nos fazem imaginar que nada sabemos e não conseguimos aprender, pensar e agir sem seguir os especialistas.
 Ao invés de produzir cultura e democracia a mídia acentua a diferença de classes, invertem realidade e ficção, favorecem a dispersão, infantilizam, criam valores, nos deixam incultos e consumistas.

Cinema e televisão
 O cinema é uma indústria mantida por investimentos dos anunciantes e visa lucro e consumo.
 Difere da tv a qual compreende jornalismo, teatro, filmes, literatura, etc., e o cinema prioriza a imagem, o som, os movimentos e os efeitos especiais.
 O cinema entrecruza realidade e ficção, verdade e fantasia, reflexão e imaginação.
 Para Benjamin o cinema é a arte democrática do nosso tempo.

Pró mídia
 Segundo Marshall (1911-1980), a indústria cultural e os meios de comunicação de massa atuam de maneira otimista e positiva, pois colocam os bens culturais produzidos pela humanidade ao alcance de todos.
 Marshall Mcluhan introduz o termo aldeia global como metáfora da idade contemporânea. Não foca o lado ideológico da mídia, mas o modo como interfere na maneira de ser das pessoas.
 Acesso rápido e fácil à informação, melhoria do padrão educacional, integração de pessoas separadas por milhares de quilômetros, aumento do fluxo de informação, de conhecimento e de entretenimento, além de diminuir as distâncias da Terra.
 Mcluhan vê a tv de forma positiva, boa. Diz ele que “os homens criam as ferramentas, e a ferramentas, por sua vez, recriam os homens”.

Imparcialidade da razão
 Para Pierre Bourdieu (1930-2002) a razão não é boa e nem má, em si ela é neutra, o que vai determinar o seu valor é o uso que lhe é dado; o problema está na instrumentalização da razão.
 O capitalismo se apossa da razão e se utiliza dela, além da mídia e da ciência.
 O problema está no desequilíbrio: 6% tem 59% dos bens. 54,7% no mundo, 44% na América Latina e 34% no Brasil são pobres ou miseráveis. 20% consome 80% (americano 350x nigeriano, 25x brasileiro).
 3tri U$ aos bancos em 2008, 1% disto alimentaria 50 milhões de crianças por um ano.
 25.000 pessoas por dia (a cada 11 segundos uma criança) morrem de fome no mundo.